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Ao longo dos últimos meses, o tema “juros” têm se tornado cada vez mais central nas discussões, principalmente por conta das críticas do novo governo Lula em relação ao patamar atual da Selic, de 13,75% ao ano.
Vale lembrar que no Brasil os juros são historicamente altos, e hoje, a taxa no país é uma das maiores do mundo.
Ao podcast Stock Pickers, Fabio Kanczuk, head de macroeconomia na ASA Investments, foi também diretor do Banco Central entre 2019 e 2021 e explica que são duas as principais razões para o cenário atual se encontrar dessa maneira. A primeira é que historicamente o país sempre teve juros altos, a segunda é pela questão fiscal.
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Kanczuk explica que “o Brasil é um país que não pagou a dívida várias vezes. Em geral, os países que não pagam dívidas são como assassinos em série, e têm uma reputação ruim no mercado”.
Mas também destaca que a distorção no mercado de crédito exerce um importante papel no que tange o atual patamar dos juros, “quando o BNDES era enorme você tinha uma outra força diferente da do Banco Central atuando, muitas vezes em sentido contrário, o que puxa estruturalmente os juros por colocar mais risco”.
Por que os juros foram a 2% durante a pandemia
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Se hoje a tensão se dá pelas altas taxas de juros, em agosto de 2020, durante a pandemia, ela ocorria pelo extremo oposto. Kanczuk, como diretor geral do Banco Central na época, contou como foram as discussões para levar a Selic, em meio a tantas incertezas na época, para 2% — menor patamar histórico.
“Primeiro ponto, agora que acabou, passou tudo e a gente está longe daquilo, podemos falar ‘que barbeiragem’ [ter cortado tanto os juros]. Mas, na época, o mundo estava acabando. Diziam que o PIB iria ser -7%, todo mundo orientando a colocar o juros em zero — depois mudaram de ideia e alegam nunca terem dito isso”, diz.
“Foi uma virada que ninguém conseguiu enxergar na época. Imagina, o que se vê são as expectativas desancorando para baixo, inflação afundando, PIB afundando, (…) daí quando a gente vai [corta os juros] até 2%, de forma super conservadora, os 2% acabam sendo baixos demais”, complementa.
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Stock Pickers
Independência do Banco Central em xeque, discussão sobre juros nos EUA e a grande aposta da ASA Investments para 2023 também foram temas do episódio 185 do podcast Stock Pickers, que recebeu, além de Fabio Kanczuk, Head de macroeconomia na ASA Investments, Marcio Fontes, diretor na ASA Investments e Head de gestão do ASA Hedge.
Você pode encontrá-lo em vídeo no YouTube, ou na versão podcast, disponível na plataforma de áudio da sua preferência.
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O Stock Pickers é o maior podcast sobre ações do Brasil. O programa reúne gestores, analistas, traders e investidores em um debate sobre mercado e tudo que impacta em seus movimentos.
Já recebeu nomes como Luis Stuhlberger, sócio-fundador da renomada gestora Verde Asset e um dos maiores gestores do país; Andre Jakurski, fundador da JGP, uma das maiores e mais vencedoras casas de gestão de recursos do Brasil; Leda Braga, doutora em engenharia mecânica, fundadora, acionista majoritária e CEO da Systematica Investments e mulher brasileira com a carreira mais consagrada no mercado financeiro; e outras inúmeras personalidades consagradas do ramo.
