Onde estão as oportunidades na Bolsa brasileira após a forte queda desde a máxima do ano?

Pedro Cerize, sócio-fundador da Skopos, e Luiz Alves, gestor de portfólio da Versa Asset Management, debateram o tema no episódio 145 do Stock Pickers

Equipe Stock Pickers

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Desde seu pico no começo de abril, o Ibovespa entrou em trajetória de queda e fechou o mês em queda de 10,1%, o pior resultado mensal desde março de 2020. Esse desempenho negativo, no entanto, não parou por aí e o índice cai mais de 2% em maio, até a sessão da véspera. Com isso, até o fechamento de quinta-feira, o Ibovespa já cai cerca de 13% desde seu melhor patamar no ano e está praticamente zerado em 2022.

Entre os motivos para isso está a desaceleração da economia chinesa e a pandemia por lá, a guerra na Ucrânia e o aumento dos juros em escala global. Este cenário, no entanto, não impede o gestor de portfólio da Versa Asset Management, Luiz Alves, de ver o Ibovespa com bons olhos.

Segundo ele, a vantagem do Brasil em relação aos EUA é que aqui a alta de juros já está chegando ao seu limite, enquanto lá não se sabe até onde eles vão subir. Dessa forma, ele enxerga melhores oportunidades no mercado local.

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“Para onde olhamos achamos ações baratas. Por isso, nossas posições no Brasil continuam intactas e fizemos um hedge em S&P”, afirmou Alves no episódio 145 do Stock Pickers.

Boas oportunidades

Pedro Cerize, sócio-fundador da Skopos Investimentos, diz que em momentos de crise como o atual seu foco é comprar ações que estão reportando lucro e são bem geridas. Isso porque essas empresas devem se destacar ainda mais quando o cenário melhorar. “Eu não vendo empresa boa por valuation nenhum”, disse ele no Stock Pickers.

Segundo Cerize, quando uma empresa perde um desses dois pilares é hora de se desfazer da posição. E foi justamente por isso que ele zerou sua posição em Pão de Açúcar (PCAR3) em seu fundo. “Eles teriam grandes oportunidades, mas não cansam de desapontar em decisões gerenciais. A venda do hipermercado para o Assaí (ASAI3) foi por um preço duvidoso e gerou R$ 1 bilhão em imposto de renda”, diz ele.

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Na Versa, Alves ressalta que suas maiores posições atualmente estão no varejo. Para ele, as ações estão descontadas e esquecidas do mercado e o setor não depende de fator externos, como uma commodity. “Então, se a empresa consegue acertar a coleção e encantar o cliente é uma geração de caixa na veia”, diz ele.

Com isso, o gestor afirma que suas maiores posições são Grupo Soma (SOMA3) e Marisa (AMAR3). “Quando identificamos um turn around (virada) nos números, normalmente são os melhores investimentos. Esse é o caso de Marisa. As outras são empresas boas que caminham sem problemas”, diz Alves, ressaltando as outras empresas de varejo no fundo, como: Guararapes (GUAR3), Vivara (VIVA3) e Multilaser (MLAS3).

Segundo ele, o desempenho negativo das ações e do varejo no curto prazo não faz a Versa mudar sua visão para o setor. “Trabalhamos com stop no fundamento, no preço não. Pela visão de longo prazo não faz sentido, se cai tem que comprar mais para recompor a posição”, afirmou o gestor da Asset.

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Para conferir mais detalhes sobre as estratégias de Pedro Cerize, da Skopos, e de Luiz Alves, da Versa, confira o episódio 145 do Stock Pickers abaixo: