Diversificar é preciso: os 5 ativos da Dahlia para bater o mercado

Reabertura da economia e possibilidade de segunda onda de contaminações por coronavírus trazem dúvidas.

Matheus Soares

Sara Delfim, sócia-fundadora da gestora Dahlia (Divulgação Clear)

Publicidade

“Ainda não é momento para ter uma grande convicção”. A opinião é da gestora Sara Delfim, fundadora da Dahlia Capital. No mercado há 23 anos, Delfim foi chefe da área de análises de ações nos bancos norte-americanos Bear Sterns e Merrill Lynch. No Coffee & Stocks desta sexta-feira ela contou porque diversificar é preciso nesse momento de elevadas incertezas.

“Quando falamos que temos posição no fundo em bolsa brasileira e americana, dólar, NTNB 2028 [títulos públicos indexados à inflação] o ouvinte pode pensar que não sabemos de nada e diversificamos em tudo, mas não é assim. Na verdade, nós gostamos de todos esses ativos […] Dado que teremos dias bons e dias menos bons, a beleza da nossa gestão acaba sendo a flexibilidade de atuar em muitos ativos.”

A estratégia vem dando certo até aqui: no ano, o fundo Dahlia Total Return, carro-chefe da casa, cai menos de 1% no ano. Embora seja um multimercado, grande parte do fundo está exposto ao mercado de ações.

Continua depois da publicidade

Carteira da Dahlia

Hoje, as maiores posições individuas da carteira do fundo estão em dólar e NTNB, mas a gestora também carrega uma alocação menor em ouro.

“Em um cenário mais pessimista e com aversão a risco, acreditamos que ouro e dólar protegeriam nosso fundo. Essa proteção é tanto para os riscos de uma segunda onda como também para uma possível vitória democrata nas eleições americanas. Mas até chegarmos nas eleições, não dá para ignorar a bazuca de estímulos econômicos que foram injetados no mundo. […] Esse dinheiro vai para algum lugar e deve buscar ativos reais na melhor economia do mundo, onde você tem condições de sair da crise e uma variedade de empresas de tecnologia.”

Ainda sobre o ouro, ela completa: “Em um mundo de juros zero, o ouro, que também não paga juros, costuma ir bem em momentos de aversão a risco, é um ativo real e ainda tem pouca penetração dentro da carteira dos fundos globais.”

Ao falar de Brasil, Delfim não descartou os riscos de uma possível segunda onda de contaminações: “os Estados estão flexibilizando e o inverno está chegando. Diante disso, não dá para ter nenhuma grande convicção no momento.”

Com essa visão “cautelosamente otimista” para ativos de risco, os setores que mais representam a carteira da Dahlia são o elétrico e o de tecnologia:

“Dentro do segmento de energia, a empresa que mais gostamos é Eneva. Também carregamos empresas do setor de tecnologia, como Totvs [a maior posição do setor] e Weg, e empresas do setor de telecomunicações, por serem baratas e que pagam dividendos robustos.”

Veja abaixo a transmissão completa do Coffee & Stocks dessa manhã.

View this post on Instagram

A post shared by Stock Pickers (@stockpickers_)

Matheus Soares

Matheus Soares é analista da Rico Investimentos e um dos responsáveis pela Carteira Rico Dividendos 8+