Diversificação de investimentos segue sendo estratégica em momentos de crise e juros altos, apontam gestores

Rubens Henriques, CEO e sócio-fundador da Clave, e Guilherme Anversa, sócio e gestor da XP Advisory, falaram sobre o tema no episódio 153 do Stock Pickers

Equipe Stock Pickers

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O ano de 2022 não tem sido fácil para os investidores. Alta inflação, juros subindo no mundo inteiro e Guerra na Ucrânia acertaram as bolsas em cheio e os principais índices do mundo operam no negativo.

No acumulado do ano, o Ibovespa cai na casa dos 3% e briga para se manter acima dos 100 mil pontos, após chegar a subir quase 16%, acima dos 120 mil pontos, nas máximas do ano. Nos EUA, a Nasdaq cai cerca de 27% em 2022, o S&P 500 19% e o Dow Jones 14%. Na Europa, o Euro Stoxx também cai quase 20%.

Estas fortes quedas, no entanto, podem não significar que o fundo do poço chegou. Isso porque ainda é incerto até quando a inflação e os juros vão continuar subindo e até quando a guerra durará. Com isso, uma recessão em escala global é vista como cada vez mais provável pelos especialistas de mercado.

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Neste cenário, a grande dúvida que fica na cabeça dos investidores é como se proteger seus investimentos para não ter grandes prejuízos e até mesmo lucrar.

 “Com os juros a 13% é muito difícil falar de asset allocation, mas é importante o investidor entender que precisa ir além de um portfólio concentrado 100% em ativos ligados ao CDI”, afirmou Guilherme Anversa, sócio e gestor da XP Advisory, no episódio 153 do Stock Pickers.

 Diversificação

Apesar de os juros altos trazer grandes rentabilidade para a renda fixa e derrubar as bolsas, Rubens Henriques, CEO e sócio-fundador da Clave Capital, pontua que é importante o investidor não zerar suas posições em nenhuma das classes de ativos.

Para ele, as condições do mercado podem mudar de forma muito rápido e acertar o market timing deste momento é muito difícil. Então, o investidor não deve arrisca-se de perder o bom momento quando ele voltar. “Não pode tomar decisões radicais com o fígado”, disse o gestor.

Dessa forma, os especialistas ressaltam ser importante os investidores estarem diversificados tanto em ativos como nos prazos deles. “O segredo é o tempo. Quanto mais tem, mais pode arriscar”, diz Anversa, da XP Advisory.

Além disso, Henriques ressalta que, no longo prazo, a tendência são as boas aplicações, seja em fundos ou empresas, estarem positivas no longo prazo, mesmo que o cenário não seja favorável nos últimos 12 meses. “90% dos bons fundos multimercados ficam acima do CDI em uma janela de 3 anos”, diz o CEO da Clave Capital.

Para ele, o investidor deve olhar para investimentos nas seguintes classes: liquidez diária (renda fixa), médio prazo (inflação e multimercado) e longo prazo (bolsa Brasil e bolsa internacional).

“Para os próximos 3 meses pode ser que Bolsa não seja o melhor ativo, mas para os próximos 5 anos, para ganho de capital, Bolsa é muito interessante”, ressalta o gestor.

Para mais detalhes sobre as estratégias de Rubens Henriques, CEO e sócio-fundador da Clave Capital, e Guilherme Anversa, sócio e gestor da XP Advisory, confira o episódio 153 do Stock Pickers.