Como driblar inflação e juros altos e investir na Bolsa no cenário macro atual

Lucas Cachapuz, sócio-fundador da Genoa, e Márcio Prado, sócio e analista de fundos de ações da Vinland, falaram sobre o assunto no Stock Pickers

Equipe Stock Pickers

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Desde o começo de 2022 o cenário macroeconômico mundial não é favorável para as Bolsas ao redor do mundo. Além da inflação alta, o iminente aumento dos juros e os lockdowns na China, a guerra entre a Rússia e Ucrânia piorou ainda mais as expectativas de crescimento mundial.

Neste ciclo desfavorável para a economia, as Bolsas dos EUA sofrem grandes quedas no ano e, consequentemente, puxam os mercados acionários do resto do mundo. Com isso, especialistas do mercado ressaltam ser fundamental para o investidor considerar todo o contexto macro na hora de tomar suas decisões para investir.

“Fazer um stock picking olhando para o macro é um diferencial relevante nestes momentos”, disse Lucas Cachapuz, sócio-fundador da Genoa Capital, no episódio 148 do Stock Pickers.

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Márcio Prado, sócio e analista de fundos de ações da Vinland Capital, que também participou do episódio, concorda com essa visão e ressalta que os investidores devem ficar de olho até onde vai o aperto monetário na maior economia do mundo para tomas suas decisões. “Isso nos levou a aumentar nossas posições em commodities e bancos e a diminuir em empresas de ‘growth’ e small caps”, afirmou ele.

Apesar disso, os especialistas ressaltam que, com as quedas recentes, principalmente das ações do setor de tecnologia (as que mais sofrem com o aumento dos juros), algumas boas oportunidades se abriram, como em Microsoft (MSFT34), Alphabet (GOGL34) e Nvidia (NVDC34). “Mas sempre analisado se o Fed vai conseguir fazer o ‘soft landing’ e não vamos ter recessão”, diz Prado, da Vinland.

Daqui para frente, o sócio-fundador da Genoa diz que o que importa é até quando o ciclo de alta nos juros vai durar, de forma a saber como estas empresas e a Bolsa americana em sua totalidade irão performar.

“Havia muito exagero e eles foram corrigidos. Achamos que tem boas oportunidades, mas no índice em si eu não vejo grandes altas ou baixas”, afirma Cachapuz, ressaltando a importância de analisar o cenário para comprar as empresas certas. “Gostamos das empresas, mas não temos pelo contexto macro, deixamos para comprar mais pra frente”, completa.

Brasil em um cenário diferente

Apesar deste cenário nos EUA, os especialistas afirmam que a situação do Brasil é um pouco diferente e possui boas oportunidades. Isso porque o nosso Banco Central já está chegando perto do fim do aperto monetário, enquanto nos EUA está apenas começando, e nossa Bolsa é composta majoritariamente por commodities, que passam por um ciclo de valorização. “Commodities é um hedge natural contra a inflação”, disse Cachapuz no Stock Pickers.

Com isso, Prado conta que a Vinland está posicionada em petróleo e soft commodities, como milho, soja e fertilizantes. “Temos Petrobras (PETR4), as menores do setor e o ETF XLE”, diz ele. O ETF XLE investe nas ações de empresas de petróleo, gás e combustíveis dos EUA que fazem parte do índice S&P 500.

Já na Genoa Capital,  Cachapuz ressalta que, além da exposição em petróleo nos mesmo ativos da Vinland, eles possuem grande exposição as commodities metálicas, como Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4). “Existe um excesso de pessimismo sobre a recuperação da economia da China que nós não vemos.” diz ele.

Bancos X Fintechs

Outro assunto levantado durante o episódio 148 do Stock Pickers foi a discussão entre a compra de ações de grandes bancos brasileiros ou de fintechs. E a visão dos especialistas foi unânime: compre os bancões. Além do momento ruim para as empresas de tecnologia por conta dos juros altos, eles ressaltam que o momento de priorizar crescimento e depois pensar em como monetizar os clientes acabou.

“Temos dúvidas de como ganhar muito dinheiro com clientes baixa renda e [as ações do segmento] estavam muito caras. Depois das quedas recentes, elas estão com preços mais razoáveis, mas não tenho opinião se são uma barganha ou não hoje”, afirma Cachapuz, da Genoa.

Além disso, pesa a favor dos grandes bancos a fato deles conseguirem repassar os preços no momento de juros altos e conseguem se proteger melhor da inflação alta. “Estamos concentrados em Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), pois temos mais clareza de como eles vão performar”, diz Prado, da Vinland.

Para mais detalhes das estratégias e visões de Lucas Cachapuz, sócio-fundador da Genoa Capital, e Márcio Prado, sócio e analista de fundos de ações da Vinland Capital, confira o episódio 148 do Stock Pickers.

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