Bitcoin virou assunto de tubarão. O que vai acontecer com o mercado agora?

Especialista em criptoativos explica o IPO da Coinbase e revela o que esperar do mercado

Renato Santiago

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O IPO da Coinbase, a maior corretora regulada de bitcoin e outros criptoativos do mundo, é um marco no mercado de financeiro e no mercado de ativos digitais. A empresa abriu capital por meio de uma listagem direta, um processo diferente de IPO, no qual os donos das empresas colocam suas próprias ações à venda e o dinheiro vai para eles, e não para o caixa da empresa.

A Coinbase tem papéis negociados desde o dia 14 de abril e seu valor de mercado mercado passa dos US$ 65 bilhões. No Coffee & Stocks desta terça-feira (20) conversamos com Rudá Pellini, fundador da Wise & Trust e autor do livro “O futuro do dinheiro” para falar sobre a abertura de capital da Coinbase e o momento do mercado de criptoativos.

Abaixo os principais trechos da entrevista. Para ver o papo completo, é só clicar no play.

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A chegada dos institucionais

O momento atual dos criptoativos é diferente do de 2017. Aquela era a época das pessoas físicas chegando, tanto que se via muita gente falando disso, carros com adesivos e de bitcoin e até muitos golpes e pirâmides. Hoje, o momento é do dinheiro institucional. 

Grandes empresas estão alocando caixa em bitcoin. Os maiores exemplos são Microstrategy, produtora de software, Tesla e Square, empresa de pagamentos de Jack Dorsey, fundador do Twitter. 

O mercado de criptomoedas também já tem ETFs de criptoativos, como o NCI, o Nasdaq Cripto Index, criado pela brasileira Hashdex e negociado na Nasdaq. São movimentos desses players que estão mexendo com o preço.

E o varejo?

Não vejo o varejo como responsável por esse movimento de alta das criptomoedas. Hoje, muita gente que investiu após o boom de 2017 acabou perdendo dinheiro, caindo em golpes e está machucada, ignorando esse mercado. 

Novos IPOs

A Coinbase é bastante lucrativa e vem crescendo muito. No primeiro trimestre de 2021, o número de usuários ativos chegou a 6,1 milhões, contra 2,8 milhões no trimestre anterior. Os ativos sob custódia foram de US$ 90 bilhões para US$ 223 bilhões.

Ela é a porta de entrada para grandes empresas, como Tesla e Microstrategy e há mais outras duas ou três em processo de registro junto à Coinbase para comprar bitcoin. Todo esse movimento deve trazer mais corretoras, até brasileiras, para a Bolsa.

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Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney