Argentina é favorita para levar a Copa do Mundo, segundo estudo da XP – mas será que Mauro Beting concorda?

De um lado as metodologias da casa de análises, do outro a visão do jornalista, cronista, comentarista esportivo sobre as previsões para o mundial

Rafaella Bertolini

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Tem muito brasileiro com sorriso estampado após a Argentina ter perdido na estreia da Copa do Mundo na última terça-feira (22). Nesse primeiro jogo, a sorte não esteve ao lado dos nossos hermanos, mas parece que, ao longo do Mundial, a matemática está.

O time quantitativo da XP soltou relatório na semana passada em que coloca o país latino-americano como tendo as maiores chances de conquista do título. O resultado foi alcançado por meio da regressão logística multinomial, que diferente do cenário binário tradicional, em que se ganha ou perde, é possível ganhar, perder ou empatar.

“Pegamos 820 jogos desde 2010 até a metade de 2022 para treinar nosso modelo. A ideia é que, com os resultados dos jogos, somados às métricas, possamos aplicar em jogos que ainda não aconteceram”, explica Júlia Aquino, analista quantitativa da XP, no episódio de número 173 do Stock Pickers.

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Foram feitas 25 mil simulações, que incluem os embates já definidos e simulação de todos os jogos das fases eliminatórias até a final. Os números estão na tabela a seguir:

Mesmo que a estreia da Argentina tenha contrariado as estatísticas, Julia reitera que, mesmo que um evento tenha uma  probabilidade baixa de ocorrer, não quer dizer que não possa acontecer: “99,99% não é 100%”.

Futebol desafiando a lógica 

Completando a fala de Júlia, Mauro Beting, jornalista, cronista, comentarista esportivo e o outro convidado do episódio, diz que no futebol os números podem indicar alguma coisa, mas não determinam nada.

Na experiência de Beting, o esporte constantemente desafia a lógica, devido sua fluidez e inúmeros fatores que na hora podem influenciar até os cenários que pareciam mais certeiros.

“Um exemplo caso de um jogador como Robert Lewandowski, que foi melhor do mundo em 2020/21, com 630 gols na carreira. Ele chegou a sua 4ª partida em Copa sem nunca ter marcado um e perdendo um pênalti”, afirmou, em referência ao gol perdido durante partida da Polônia contra o México na última terça-feira.

Patrocinadores do Mundial 

Trazendo o debate para o lado das empresas, Fernando Ferreira, estrategista-chefe na XP, avalia que, para negócios do ramo de artigos esportivos e bebidas, a Copa do Mundo é o evento mais aguardado de todos.

“Se levar em conta outros grandes eventos esportivos, eles não têm o mesmo impacto em termos de consumo como a Copa. O impacto é muito maior do que os números frios indicam”, explica.

Relação com a Copa

“Copa do Mundo é minha vida porque também quase foi minha morte”. Assim Mauro Beting descreveu a sua relação com o torneio.

Segundo Beting, em 1970, seu pai esqueceu que ele, na época com apenas três anos, estava em seu colo e o jogou para frente na comemoração do gol de Jairzinho do Brasil contra a Inglaterra — o saldo foi um apagão na memória.

Coincidência ou acaso, o vazio do Mundial de 70 foi preenchido pela paixão que já é seu ofício há anos.

Assista o episódio completo no vídeo acima ou ouça nas plataformas de podcast.

Rafaella Bertolini

Editora de redes sociais do Stock Pickers e Do Zero ao Topo. Escreve reportagens sobre empreendedorismo, gestão, inovação e mercados para o InfoMoney.