Amazon, mais do que uma loja de tudo  

Gestor da Opportunity explica todas as frentes de negócio da empresa e como ela ganha dinheiro com cada uma

Jennie Li

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Além de ser uma empresa de ecommerce, a Amazon (AMZO34) também atua no segmento de computação em nuvem, e também de streaming de vídeos. No Coffee & Stocks desta terça, conversamos com Vinicius Ferreira, gestor de ações do Opportunity, sobre os diferentes negócios e os principais riscos dessa grande empresa de tecnologia.

O setor de ecommerce, ou vendas online, tem se destacado ao longo do último ano. É um segmento que surfa a mudança estrutural que ocorreu durante a pandemia, oferecendo conveniência para as pessoas receberem produtos diretamente em casa, com mais transparência nos preços e uma seleção de produtos ilimitada – algo muito difícil de ser replicado por uma loja física. A Amazon oferece tanto produtos de marca própria como de terceiros, gerando receita com a margem desses produtos próprios e comissão dos vendedores na plataforma. Além disso, a empresa monetiza com anúncios na plataforma e também com a assinatura do Amazon Prime.

Segundo o Vinicius, hoje o ecommerce representa 10% a 15% nos países em que a Amazon atua, que inclui EUA, países da Europa e Japão. Em comparação, a penetração na China é de 25%. Portanto, há uma grande avenida de crescimento pra esse segmento, que ele projeta ser de 20% ao ano para a Amazon nos próximos três anos.

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Nuvem

Outro segmento muito importante que mencionamos na live é o de computação em nuvem, oferecido pelo Amazon Web Services (AWS). Da mesma forma que o ecommerce, esse negócio também deve seguir crescendo seguindo uma tendência de mudança estrutural, à medida que as empresas entendem que é uma forma muito mais flexível e eficiente de operar quando migram para a nuvem. Segundo o Vinicius, trata-se de um mercado endereçável de US$ 1 trilhão, em que a Amazon, junto com a Microsft, detêm 55% do mercado. A Opportunity estima que esse segmento da Amazon deve crescer 28% ao ano nos próximos três anos.

Streaming

Outro segmento relevante que foi mencionado é o de streaming, que faz parte da assinatura Prime. Com esse “pacote” de streaming de vídeos e ecommerce, a ideia é incentivar o consumidor a fidelizar o consumo tanto na forma de conteúdo e como de compras em uma plataforma só. Em países de mercados emergentes, a assinatura do Prime funciona como uma ferramenta de aquisição de clientes.

Riscos

Sobre os riscos da empresa, Vinicius mencionou riscos regulatórios e a normalização pós-pandemia. Sobre o primeiro risco, tanto a Amazon como várias outras grandes empresas de tecnologia têm sido alvo de investigações contra práticas consideradas anticompetitivas. Porém, a Amazon presta serviços que adicionam muito valor para o consumidor, o que não deveria representar um problema muito grande sob a perspectiva antitruste nos EUA. Além disso, a Amazon tem os dois negócios, de ecommerce e computação em nuvem, que atuam em áreas muito diferentes.

Quanto à normalização das atividades pós-crise, há uma preocupação de que ocorra uma desaceleração do consumo online já que ela foi, em grande parte, impulsionada pelos estímulos fiscais implementados pelo governo americano no ano passado. Porém, o Vinicius aponta que o nível de poupança do consumidor americano está em níveis muito acima do normal, o que ajudaria a suavizar uma eventual redução na demanda.