Amazon e Alphabet atrativas, discordância sobre Netflix: as teses dos gestores da WHG e da IP em ações americanas

Andrew Reider, sócio e CIO da WHG, e Gabriel Raoni, sócio da IP Capital, discutiram os temas no episódio 155 do Stock Pickers

Equipe Stock Pickers

(Getty Images)

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Nos últimos meses, os principais Bancos Centrais do mundo subiram suas taxas de juros para controlar a inflação, que estão em patamares recordes no mundo inteiro. Com isso, o risco de recessão está aumentando, principalmente pela visão do mercado de que os juros terão que ficar altos por algum tempo.

“As economias estão resilientes e isso é bom no curto prazo, porque não despenca. Porém, as taxas altas por mais tempo podem ser ruins olhando para um crescimento no médio e longo prazo”, afirmou Andrew Reider, sócio e CIO da WHG, no episódio 155 do Stock Pickers.

Neste cenário, as principais bolsas do mundo operam no negativo no acumulado de 2022, antecipando o baixo crescimento que está por vir. Apesar disso, Gabriel Raoni, sócio da IP Capital, pontua que o momento é favorável para entrar na bolsa olhando para o médio e longo prazo, principalmente nos EUA.

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Segundo ele, a economia americana é muito resiliente e com grande capacidade de adaptação. “No S&P estão as melhores empresas do mundo e eles conseguem aguentar muito os choques. É muito difícil saber como vai ser no curto prazo, mas para o médio e longo ele está em um ótimo ponto de entrada”, disse Raoni no Stock Pickers.

 E o Brasil?

Para os especialistas, o investimento em um lugar não exclui o outro e o investidor deve se aproveitar da oportunidade de conseguir ter acesso aos dois mercados. Segundo Raoni, a estratégia dos fundos da IP é olhar no micro para saber se um setor vale mais a pena no Brasil ou nos EUA.

Um caso que o Brasil vale mais a pena, segundo ele, é o de hospitais. Segundo o sócio da IP, o setor nos EUA é muito regulamentado e com a queda recentes das bolsas, ele está mais atrativo no Brasil. “Por isso aumentamos nossa posição em Rede D’or (RDOR3)”, diz Raoni.

Já Reider, da WHG, diz que seus fundos não têm praticamente mais nada de exposição ao Brasil. Isso porque o ambiente interno não é favorável, com inflação alta e o risco país ficando cada vez maior com a eleição presidencial chegando cada vez mais perto. “Não gostamos de empresas domésticas”, afirma.

Além disso, as commodities que antes puxaram o Ibovespa agora estão em queda. “Metais já estão abaixo do pré-guerra e petróleo está perto. Temos as 3 regiões do mundo desacelerando, então não é melhor momento para comprar commodities, mesmo que o valuation pareça atraente”, diz o sócio da WHG.

Maiores empresas do mundo

Entre as principais empresas dos EUA, Raoni e Reider divergem sobre a visão de algumas delas. Enquanto ambos veem com bons olhos a Amazon (AMZO34) e Alphabet ([GOGL34]) e não estarem comprados em Meta (M1TA34), há uma discordância sobre a Netflix (NFLX34).

Na IP, Raoni conta que a ação representa de 4% a 6% do fundo, que conta com 15 a 20 empresas. Comprados desde 2019, ele afirma que a empresa ainda é dominante e possui a audiência por assinante mais barata entre os pares.

Além disso, a empresa está com a estratégia de começar a ter anúncios na plataforma e isso tende a favorecer muito a companhia. “Ainda não tem nenhum concorrente machucando e ela também vai começar a usar essa arma nuclear da publicidade”, afirma Raoni.

Apesar de concordar com a dominância da Netflix, Reider acredita que há um problema estrutural no modelo de negócios das empresas. “O setor inteiro de streaming é problemático”, afirma ele.

Para mais detalhes sobre as estratégias e visões de Andrew Reider, sócio e CIO da WHG, e Gabriel Raoni, sócio da IP Capital, confira o episódio 155 do Stock Pickers.

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