A vulgarização do trilhão, seus efeitos na economia e no portfólio de um gestor

Gestor global explica como movimentou seu portfólio para aproveitar a injeção de trilhões de dólares na economia.

Renato Santiago

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Antes da pandemia, raramente ouvíamos falar sobre “trilhão de dólares”. Grandezas desse tipo só eram citadas quando o assunto era o PIB de alguma das maiores economias do mundo. 

Desde que a Covid-19 fez a economia frear bruscamente, os estímulos fiscais parece que “vulgarizaram o trilhão”. E, é claro, isso tem consequências na economia que fazem os gestores movimentarem o dinheiro de seus fundos. 

No Coffee & Stocks de hoje, Ruy Alves, gestor da Kinea, conversou com Guilherme Giserman, da XP, sobre isso.

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“Virou rotina falarmos de trilhão. O governo dos Estados Unidos acaba de aprovar o segundo pacote de estímulo, de US$ 900 bilhões, e os gastos públicos devem aumentar ainda mais com os Democratas no poder”, diz Alves. O primeiro estímulo fiscal americano, liberado em março, custou US$ 2,2 trilhões.

“Estamos no encontro de três fatores extremamente importantes: o tremendo esforço fiscal já feito no ano passado, que chega à economia com alguma demora; o segundo estímulo que chega agora, e a vacina, que vai fazer setores que estão parados ou prejudicados, como o turismo, empresas aéreas, restaurantes e outros serviços empregarem de novo”, explica Alves.

No outro lado da balança estão os juros. “O normal é, quando existe injeção de dinheiro na economia e a economia responde, empinar a parte longa da curva de juros. Isso está acontecendo e não há nada de inesperado nisso”, diz.

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E como a Kinea se movimenta tendo em vista esse cenário?

“Não gostamos de setores que parecem renda fixa, como empresas de utilidades e de consumo (Walmart e Procter & Gamble, por exemplo), e qualquer outra coisa muito defensiva, pois a economia deve ir para um momento inflacionário”, afirma.

“Continuamos no setor de tecnologia, que deve aumentar muito seus lucros, mas acreditamos em empresas que podem se beneficiar de investimentos de outras empresas, como Cisco, Workday e Salesforce”.

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Os outros setores e mercados que a Kinea acredita e investe são os emergentes da Ásia, através de índices japoneses e chineses, empresas verdes, que devem se beneficiar de investimentos de Biden, empresas de “reabertura”, como a Blooming Brands, dona do Outback, e commodities.

Para assistir o Coffee & Stocks completo, clique no play.

Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney