Multiplus x Smiles: o mercado é fiel a uma delas

Itaú BBA, JPMorgan e outros preferem Smiles à Multiplus, de acordo com relatórios recentes

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Se fidelidade é algo para se prometer apenas uma vez, a Smiles (SMLS3) pode se considerar uma empresa de sorte. Isso porque diversas equipes de análise do mercado de programas de fidelidade já declararam favoritismo à empresa da Gol em comparação com a maior concorrente, a pioneira no mercado brasileiro Multiplus (MPLU3).

A mais recente prova de amor veio do JP Morgan, que elevou a ação da Smiles de neutra para overweight (acima da média do mercado, o equivalente a compra). A justificativa foi a seguinte: “emissão de milhas deve permanecer em níveis sólidos, impulsionada por previsões mais saudáveis do PIB”. Para eles, a empresa tem maior foco em viagens, enquanto a concorrente olha mais para o varejo – e isso deve ser positivo nos próximos meses. Multiplus segue em underweight (abaixo da média do mercado, o equivalente a venda), na avaliação do banco.

Recentemente, o Itaú divulgou posicionamento semelhante. “Preferimos SMLS3 (outperform – equivalente a compra) a MPLU3 (marketperform – recomendação neutra)”. No relatório, mostra que 86% dos pontos de usuários Multiplus foram usados para compra de passagens aéreas, ante 90% da Smiles.

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Victor Mizusaki e Raphael Frankel, do Bradesco BBI, vão além: a Multiplus deve sofrer também nas mãos do programa de milhagens TudoAzul, da aérea Azul. A previsão se relaciona ao aumento no preço dos pontos gerado pelo menor número de campanhas com instituições financeiras e a uma valorização no real no segundo trimestre. “A Multiplus tenta defender sua fatia de mercado ao oferecer termos de adesão mais atraentes. Entretanto, no curto e médio prazo, deve continuar a perder fatia em faturamento bruto para Smiles e TudoAzul”, escreveram os analistas.

A Smiles, aliás, já tem a maior fatia de mercado. No segundo trimestre de 2018, atingiu 49%, valor inédito, graças à expansão de 19% ano a ano. Em número de pontos vendidos, sua fatia é de 55%. Já a Multiplus viu sua receita cair 6% também na comparação com o segundo trimestre de 2017 – parcialmente por conta da decisão de reduzir a distribuição de pontos no 2T18.

Antes do fim do trimestre, alguns bancos colocavam em dúvida a continuidade da parceria entre a Multiplus e a Latam, porque a chilena LAN, que comprou a empresa em 2010, possui outra empresa com a mesma finalidade no Chile. O fim deste casamento poria em risco a maior fonte de renda da empresa “sorriso”. Após a divulgação de resultados mais recente, porém, o BBI escreveu que o contrato entre aérea e programa de fidelidade brasileiro deve ser renovado por 5 anos após a data de expiração atual em 2024.

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A ação da Smiles via queda de 1,89% nesta sexta-feira, negociada a R$ 54,09 em dia turbulento no mercado, quando o Ibovespa caía quase 3%. A Multiplus, por sua vez, chegava a ver uma leve valorização de 0,18%, a R$ 28,52.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney