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Os impactos da crise climática levantam questionamentos sobre como a área da saúde pode agir, uma vez que não se trata de algo que acontecerá no futuro, mas que já ocorre agora, segundo Shweta Narayan, líder de campanha na Global Climate and Health Alliance.
O tema foi debatido durante o Conahp 2024, que acontece São Paulo (SP), em painel sobre a crise climática e seus impactos na saúde, que também contou com a participação de Carlo Pereira, CEO do Pacto Global Brasil, e Vaninho Antônio, CEO do Real Hospital Português.
“A raiz do problema está relacionada aos combustíveis fósseis e à dependência humana deles, o que perpetuou essa crise”, afirmou Shweta. A especialista destacou que a exploração desses combustíveis prejudica a saúde das pessoas, afetando todos os avanços da vida humana, especialmente o sistema de segurança.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a poluição do ar está associada a 6,7 milhões de mortes prematuras por ano, conforme uma pesquisa realizada em 2019.
Problemas climáticos, sociais e mentais
Além disso, Shweta reforça que a indústria dos combustíveis fósseis também acarreta uma série de outros problemas sociais, incluindo impactos na saúde mental.
Ela enfatizou que as populações mais marginalizadas, que menos contribuem para crise, são as que mais sofrem suas consequências.
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Carlo Pereira acrescentou que, embora o Brasil tenha uma matriz energética limpa, ainda enfrenta desafios de adaptação e resiliência diante da crise climática.
Ele afirmou que o foco excessivo em mitigação, uma tendência no país, pode ser um erro, e que é essencial preparar o sistema de saúde para resistir a eventos extremos, como inundações e ondas de calor, com sistemas de backup de energia e equipes treinadas para atuar em momentos de crise.
“Os eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes. Só no ano passado, ventos de mais de 100 km/h derrubaram mais de 200 árvores em São Paulo, prejudicando a infraestrutura e os serviços essenciais”, explicou Carlo.
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Na sua visão, é necessário fortalecer os sistemas de saúde em conjunto com as infraestruturas. Shweta pontua que as instalações precisam adotar novos modelos de baixo carbono e aumentar sua resiliência.
“Quando há inundações, por exemplo, é necessário ter um backup de energia, equipes treinadas para crises e um trabalho coordenado”, disse. Ela também reforçou a necessidade de mudar a abordagem dos cuidados, passando de um sistema curativo para um sistema de saúde preventivo.
Impactos
O CEO do Pacto Global Brasil defende que é preciso encontrar soluções locais e desenvolver um trabalho coordenado, envolvido toda a comunidade, e não apenas os hospitais, para reduzir os impactos das crises climáticas e proteger tanto as pessoas quanto os recursos.
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Shweta encerrou destacando três ações que a comunidade da saúde deve seguir para responder à crise climática.
A primeira é a criação de sistemas de alerta e prevenção, com colaborações com agências ambientais para realização de vigilância em casos de desastres, em conjunto com o monitoramento de doenças.
A segunda é a resiliência das infraestruturas, mencionada anteriormente, na qual Shweta lembra que, apesar dos profissionais de saúde estarem na linha de frente, o setor contribui com cerca de 5% das emissões globais de gases de efeito estufa.
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Por fim, Shweta enfatizou a liderança pelo exemplo. “Os profissionais de saúde têm um papel de confiança na sociedade. Precisamos usar essa confiança para investir em estratégias de mitigação e resiliência que protejam tanto a saúde quanto o meio ambiente”, concluiu.