OMS lança 1ª diretriz sobre uso de caneta emagrecedora para combater obesidade

Organização sugere combinar canetas com dieta saudável e atividade física, além de destacar a importância da criação de genéricos para garantir a acessibilidade em países em desenvolvimento

Caio César

Injeções de Ozempic, medicamento da Novo Nordisk (Bloomberg)
Injeções de Ozempic, medicamento da Novo Nordisk (Bloomberg)

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A Organização Mundial da Saúde emitiu, na segunda-feira (1º), a primeira diretriz sobre o uso de terapias com GLP-1 para obesidade. Conhecido popularmente como caneta emagrecedora, o medicamento agora passa a ser recomendado como parte do tratamento de longo prazo para a doença.

Originalmente, o fármaco foi produzido para auxiliar no tratamento contra a diabetes, mas mais recentemente, descobriu-se seu potencial como facilitador na perda de peso.

O medicamento é denominado GLP-1 pois imita a ação do hormônio de mesmo nome, relacionado à secreção de insulina e à sensação de saciedade pelo cérebro.

A primeira recomendação condicional das canetas recomenda o uso do medicamento por adultos, exceto mulheres grávidas. A segunda sugere que intervenções como uma dieta saudável e atividade física sejam oferecidas juntamente com a prescrição do fármaco.

“Não se pode considerar estes fármacos como uma solução mágica”, destacou Jeremy Farrar, subdiretor-geral da OMS à AFP.

Em nota, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a nova orientação reconhece que a obesidade é uma doença crônica que pode ser tratada com cuidados abrangentes e por toda a vida.

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Ele acrescenta que, embora a medicação por si só não seja suficiente para resolver a crise de obesidade na saúde global, as canetas emagrecedoras ainda assim podem auxiliar milhares de pessoas a superar a condição e reduzir os danos associados à doença.

A OMS também destaca que o custo econômico da obesidade está aumentando drasticamente, chegando a US$ 3 trilhões até 2030.

No entanto, preços exorbitantes cobrados pelos registros comerciais do GLP-1, como as marcas Mounjaro e Ozenpic, geram preocupação na organização de que o medicamento não esteja disponível nos países mais pobres e nas parcelas mais vulneráveis da sociedade, o que limita sua atuação contra a doença.

Em setembro, a OMS incluiu os GLP-1 na lista de medicamentos essenciais para reforçar seu acesso e combater a escassez de mercado, além de solicitar que sejam produzidas em versões genéricas acessíveis para os países em desenvolvimento.