Zika mostra que agora é a hora de cancelar a Olimpíada do Rio, diz artigo da Forbes

Eles destacam que a razão para isso é simples: "mulheres jovens não podem viajar com segurança para o país"

Lara Rizério

Cristo Redentor do Rio de Janeiro

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SÃO PAULO – Na semana passada, nós destacamos que o foco do noticiário internacional sobre o Brasil havia mudado consideravelmente: de um País retratado como um “problema econômico e político” após anos sendo o queridinho dos emergentes, ele passou a ser um problema de saúde, por conta do zika vírus.

Mais uma prova disso foi um texto de grande repercussão internacional publicado pela revista Forbes na semana passada. O artigo, escrito por Arthur Caplan e Lee Igel, ambos especialistas da área de saúde, destaca: “está começando a parecer que chegou a hora de cancelar os jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro”.

Eles destacam que a razão para isso é simples: “mulheres jovens não podem viajar com segurança para o país”.

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Segundo eles, sediar os Jogos em um local repleto de ameaças do vírus zika, algo que a OMS classifica como “emergência de saúde pública de preocupação internacional” é simplesmente irresponsável. “Por mais que a água poluída e questões de segurança já fizeram as coisas difíceis para qualquer pessoa que quisesse visitar o país, agora o Brasil está na linha de frente da epidemia do vírus zika transmitida por mosquitos”, afirmam os especialistas.

E ainda questionam: “quem é que irá para o Rio no meio de um surto de zika? Não mulheres jovens fãs do esporte, que podem engravidar e correm o risco de dar à luz uma criança com um problema de nascença [a microcefalia]. Nem fãs do sexo masculino que são sexualmente ativos e correm o risco de transmitir a doença. Talvez os atletas, treinadores, e outros membros de equipes olímpicas nacionais vão viajar para o Rio”. O artigo destaca o esforço dos esportistas para participar de uma Olimpíada e afirma que eles já estão se preparando, começando a estocar repelentes e traçando caminhos para fugir e repelir os mosquitos.

“Assim, os atletas ainda podem querer ir para o Rio. Mas não há como o Comitê Olímpico Internacional deixá-los ir. Ao mesmo tempo, as corporações e as organizações de mídia precisam pensar no mesmo sentido, ou seja, colocando a segurança à frente”, continua, ressaltando que o COI vem aconselhando os comitês nacionais a manterem o controle, mas que ele mesmo não parece tão preocupado .

O artigo veiculado na Forbes ainda defende que o Comitê Olímpico Internacional deve mudar os Jogos de lugar, adiar sua realização ou cancelar a Olimpíada. “Prevenção é a melhor opção diante de uma ameaça tão séria à humanidade”, afirma o artigo. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.