Zika, crises política e econômica: Brasil festeja carnaval no precipício, diz Economist

A publicação diz que o feriado de carnaval não proporcionará nenhuma pausa na crise do País, que sofre com o aprofundamento da situação política e econômica e ainda tem de lidar com o surto de zika vírus

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na edição desta semana, a The Economist traz mais uma vez uma matéria crítica ao Brasil. Em matéria chamada “Festejando no precipício”, desta vez a publicação destaca que o feriado do Carnaval, que ocorrerá entre os dias 8 e 9 de fevereiro, não deve fornecer nenhuma pausa nas aflições econômica e política do País, que enfrenta uma grave crise econômica e também política.

A revista ressalta que janeiro é um mês “lânguido” para o País, destacando que os políticos costumam tirar folga neste período. “Os congressistas voltam do recesso em 2 de fevereiro, mas provavelmente deverão fazer pouco até depois do Carnaval, uma semana depois. Nem eles nem a presidente, no entanto, poderão relaxar. A doença transmitida pelo zika vírus coloca as autoridades de saúda no alerta máximo. Além disso, as crises política e econômica do Brasil estão se aprofundando. Quando os políticos retornarem ao trabalho eles podem se arrepender do tempo que eles gastaram para resolvê-los”, afirmou.

A revista ressalta que a queda da economia continua, com a taxa de desemprego aumentando e a expectativa de uma contração do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,5% neste ano, segundo o FMI. Apesar da recessão, a inflação se aproximou dos 11% em 2015, o maior nível desde 2002.

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“Uma vez que a miséria cresce, a capacidade do governo para tratar as suas causas está diminuindo. Os promotores que investigam o escândalo de corrupção na Petrobras devem apresentar novas acusações contra figuras proeminentes do PT, partido que já foi gravemente manchado pelo caso. Uma preocupação ainda maior para Dilma é a ameaça de impeachment contra ela em acusações sobre o uso de truques de contabilidade para esconder a verdadeira amplitude do déficit fiscal do Brasil”.

A revista aponta ainda que a fraqueza do governo o torna mais dependente da boa vontade do PT e dos sindicatos alinhados a ele, cujas vontades são visceralmente opostas às reformas necessárias para estabilizar a economia, o que torna a atuação do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, ainda mais difícil. Além da política fiscal, os economistas também se preocupam com a política monetária, afirma a revista, principalmente após a mudança do tom do BC de elevação dos juros para manutenção. A decisão pode ter sido justificada em meio à forte recessão, afirma a revista, mas há indicações de que a autoridade monetária cedeu a pressões políticas, ressaltando a notícia de que o presidente do BC, Alexandre Tombini, reuniu-se com Dilma Rousseff dois dias antes da decisão do Copom. “Ao invés de escorar a credibilidade financeira do Brasil, o BC está danificando-a ainda mais”.

Segundo a revista, há pouca perspectiva de que os congressistas tomarão medidas para reparar esse cenário quando voltarem ao trabalho. Aqueles que estão em busca do impeachment de Dilma admitem nos bastidores que não devem reunir os dois terços necessários na Câmara dos Deputados para enviar a proposta ao Senado. “Mas eles pretendem arrastar o processo, desde que os (vagos) prazos legais o permitam. Isso permite realizar seu objetivo de minar a presidente. E não fará nada para animar o Brasil”, conclui a publicação.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.