Youssef reafirma em CPI que Aécio recebeu propina de Furnas; PSDB nega e cita “factoide”

"Não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos, a respeito do então líder do PSDB na Câmara dos Deputados", diz o partido em nota

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em acareação com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, na CPI da Petrobras ontem, o doleiro Alberto Youssef, figura central da Operação Lava-Jato foi questionado se sabia de informações de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria recebido dinheiro de propina relativa a contratos da estatal de Minas Gerais Furnas.

O dinheiro teria sido repassado ao tucano por intermédio de sua irmã, por meio de uma empresa contratada por Furnas entre os anos de 1994 e 2001. “O senhor confirma que Aécio recebeu dinheiro de corrupção de Furnas?”, perguntou o deputado Jorge Solla (PT-BA).

Youssef respondeu: “eu confirmo por conta do que eu escutava do deputado José Janene que era meu compadre e eu era operador”, disse Youssef. O deputado Janene, do PP, faleceu em setembro de 2010.

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Em março, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, arquivou pedido de abertura de inquérito para investigar Aécio com base nas mesmas informações do doleiro, entendendo que as afirmações eram muito “vagas”. 

Em nota sobre as declarações do doleiro na CPI da Petrobras, o PSDB destacou que, como “já foi afirmado pelo advogado de Alberto Youssef e, conforme concluiu a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF), as referências feitas ao senador Aécio Neves são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que possam minimamente confirmá-las”.

“Não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos, a respeito do então líder do PSDB na Câmara dos Deputados, podendo, inclusive, estar atendendo a algum tipo de interesse político de quem o fez à época”, afirma a nota.

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O partido lembra do depoimento de Youssef à Polícia Federal em que o doleiro disse que “nunca teve contato com Aécio”. 

“Na declaração feita hoje, diante da pressão de deputados do PT, Youssef repetiu a afirmativa feita meses atrás: de que nunca teve qualquer contato com o senador Aécio Neves e de que não teve conhecimento pessoal de qualquer ato, tendo apenas ouvido dizer um comentário feito por um terceiro já falecido. Dessa forma, a tentativa feita pelo deputado do PT Jorge Solla, durante audiência da CPI que investiga desvios na Petrobras, buscou apenas criar um factoide para desviar a atenção de fatos investigados pela Polícia Federal e pela Justiça e que atingem cada vez mais o governo e o PT”, afirma.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.