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SÃO PAULO – A entrevista do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, ao Estadão – apontando que o ataque a Jair Bolsonaro (PSL) pode provocar futuramente questionamentos à legitimidade do novo governo -, gerou muita discussão e polêmica sobre o papel dos militares no atual cenário de crise política do País.
Mas afinal, o que os militares pensam sobre as eleições e sobre o próprio Jair Bolsonaro? O jornalista William Waack destacou diversas opiniões coletadas nos últimos meses com dezenas de generais e demais oficiais de alta patente para traçar um cenário de como eles estão vendo a situação do País. E eles são quase unânimes em apontar preocupação com o que chamam de deterioração da política.
Nas conversas que teve com esses nomes, William Waack aponta que eles não veem a menor possibilidade de intervenção militar. “O que eles temem, e essa é uma postura realista, é uma quebra de lei e ordem. Aconteceu isso durante a greve de caminhoneiros, durante greve de polícias militares”, aponta o jornalista. Outro temor é da insegurança jurídica que existe a partir do próprio STF e querem que o Supremo resolva a “questão-Lula” de forma rápida, até para que a corrida fique mais clara.
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Eles também apontam que está na cabeça deles a possibilidade de Jair Bolsonaro presidente, algo que poucos tinham em mente antes. Os militares não se declaram mais refratários ao nome do candidato do PSL, mas atribuem escassa capacidade de articulação política e principalmente pouca possibilidade de que ele consiga enfrentar um Congresso que provavelmente lhe será gentil. Por outro lado, há um ponto positivo para a Bolsonaro, apontam os militares, “se ele frear essa onda de esquerdização no País”.
E qual a conclusão de tudo isso? William Waack aponta que há sim motivos de preocupação quanto à estabilidade política e que há uma articulação em vários setores para frear a onda de muitos do “arrebente o que puder”. “Se isso vai dar resultado, não sei. Política é o campo do imprevisível. (..) É difícil fazer previsão de que haja um período de mais tranquilidade e estabilidade. Quem sabe as eleições ajudem a resolver”, conclui o jornalista.
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