“Vou matar os opositores de raiva, porque em todas as pesquisas vou aparecer na frente”, diz Lula

Na ação em que depõe, Lula é réu juntamente com o pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais três pessoas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depõe à Justiça Federal de Brasília na manhã desta terça-feira, na ação em que é acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Lula depõe ao juiz Ricardo Soares Leite.

Na ação em que depõe, Lula é réu juntamente com o pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais três pessoas, todos acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, para que ele não firmasse acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.

Como essa ação penal é pública, o depoimento não foi fechado, mas a Justiça Federal do Distrito Federal (DF) resolveu montar um esquema especial para o depoimento de Lula, com maior rigor no controle de entrada ao prédio.  

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O depoimento de Lula foi acompanhado pelo Twitter do ex-presidente. Lula afirmou que, há dois anos, tem sido “vítima de um massacre”. “O senhor não sabe como é acordar todo dia com medo de a imprensa estar na sua porta, achando que você vai ser preso”, disse Lula ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite. 

“Um cidadão considerado o melhor presidente deste país, que saiu com mais de 80% de aprovação se vê em meio de manchetes mentirosas de jornal”, afirmou.

Lula ainda disse que, apesar do volume de notícias de cunho negativo ao seu respeito, seu desempenho em sondagens eleitorais continuará incomodando opositores. “Vou matar eles de raiva, porque em todas as pesquisas, vou aparecer na frente”, declarou. 

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Lula afirmou ainda que se ofende profundamente quando dizem que o PT é uma organização criminosa. E ainda afirmou: “eu duvido que há um empresário que vai dizer que eu pedi 10 centavos para ele. Não porque sou melhor que os outros. É que eu sabia que não podia errar. Eu não”.

Ele disse ainda que fica chateado com o que ele classificou como ilação feita no processo e que, segundo Lula, foi feita por Delcídio do Amaral. “Se tem um brasileiro que neste momento deseja a verdade, sou eu”, afirmou.

“Só tem um brasileiro que pode ter medo de uma delação do Cerveró. Era o Delcídio. Ele sim era próximo dele. Eu nunca fui próximo do Cerveró. Depois de presos há alguns dias, as pessoas começam a procurar um jeito de sair da cadeia. Acho que isso que aconteceu com o Delcídio”, prosseguiu o ex-presidente. 

Lula ainda disse que acha “que tem alguém” instigando a falar em seu nome. “Depois de fazer a bobagem que fez, tinha que jogar nas costas de alguém”. O ex-presidente ainda afirmou que “parece que está virando costumeiro nos depoimentos a falta de compreensão do que significa um governo de coalizão em todo lugar do mundo. E você não monta maioria só com quem você quer. Os partidos que comportam a base do governo indicam para os cargos”. 

Ele negou que definia cargos na Petrobras. “O presidente não indica, só recomenda ao conselho da empresa a partir da capacidade técnica das pessoas. A Petrobras é uma empresa de engenharia muito poderosa e você não pode indicar gente não qualificada”. 

Lula ainda afirmou que sua relação com Delcídio sempre foi institucional e que não conhecia Cerveró. ” Só agora ele ficou famoso. Eu só o vi em reuniões. Portanto, não tinha nenhum interesse de indicá-lo”, disse.

Sobre José Carlos Bumlai, Lula afirmou que não é crime que o empresário ligue para ele. “Era meu amigo. Ele sabe que nossa relação não permitia discutir nenhum tipo de negócio (…)  Eu duvido que o Bumlai ou qualquer outro empresário diga que eu os chamei para discutir qualquer promiscuidade. Eu sabia que não podia errar”, afirmou. Lula ainda afirmou que muita gente usa o seu nome em vão. 

O petista ainda afirmou que não é contra a Lava Jato, mas contra “execrar as pessoas pela imprensa”. “Em nome da liberdade de imprensa, ninguém pode avacalhar a vida dos outros”, disse ele.

 

 

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.