“Voltei a voar novamente”, diz Lula, afirmando que voltará a incomodar

"Eu estou naquela fase de quem está esperando o dia da aposentadoria. [...] Mas as pessoas não me deixam em paz. Os adversários, todo santo dia, falam meu nome", afirmou em evento

Lara Rizério

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (29) a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para financiar a saúde e disse que o tributo, extinto em 2007, nunca deveria ter acabado. Lula falou a uma plateia lotada durante um debate no Seminário Internacional Participação Cidadã, Gestão Democrática e as Cidades no Seculo 21, promovido pela prefeitura de São Bernardo do Campo.

Lula defendeu o governo Dilma Rousseff e disse que vai aparecer mais para que a oposição deixe a presidente em paz. O ex-presidente afirmou que tem evitado dar palpites e entrevistas porque ex-presidentes devem ficar calados e aprender a viver com o título.

“Ontem fazia cinco anos que eu não dava uma entrevista, mas resolvi começar a falar mais, viajar, dar entrevista. Vou ver se dão um pouco de sossego para a Dilma e começam a se incomodar comigo outra vez. Eu aprendi uma coisa: você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no galho olhando para você. Se ele ficar voando de galho em galho, é mais difícil. Então eu vou voar”, afirmou o ex-presidente.

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Ele ironizou e criticou as declarações de líderes da oposição, apontando a perda de popularidade do ex-presidente retratada por institutos de pesquisas. Segundo ele, a “direita brasileira” a qual ele classificou de “reacionária”, resolveu dizer que ele “está morto”.

“Como eu tenho as costas largas, já apanhei demais na minha vida, eu vou ver se eles [oposicionistas] vão dar sossego para a nossa querida Dilma e começam a se incomodar comigo outra vez. Porque eu estou naquela fase de quem está esperando o dia da aposentadoria. […] Mas as pessoas não me deixam em paz. Os adversários, todo santo dia, falam meu nome. Todo santo dia. E eu aprendi uma coisa: você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no galho olhando para você. Se ele ficar voando, pulando de galho em galho, é mais difícil. Então, é o seguinte: eu voltei a voar outra vez”, discursou Lula, afirmou que agora vai “incomodar”.

O ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica, que também participou do seminário, ressaltou que não há democracia sem partidos políticos, que são a vontade coletiva de grupos que têm o sonho de construir coisas melhores. “Não há homens imprescindíveis, há causas imprescindíveis. Por maior que seja o homem, nunca será tão grande se não tiver um grupo de pessoas por trás lhe dando força. Os partidos lutam pelo amanhã, pela utopia”, afirmou Mujica.

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Mujica, que exerce atualmente mandato de senador, disse que é preciso lutar por partidos republicanos e que os dirigentes aprendam a viver como a maioria da população, e não como a minoria.

“Não se pode separar a economia da ética, da filosofia, porque o homem tem que sonhar, imaginar e caminhar fazendo o melhor e o que lhe dá conteúdo nesta vida, como indivíduo e sociedade. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar um pouco de nós”, afirmou Mujica. Segundo o senador, se a mudança começar, sobretudo os que estão nos partidos vão entender que não devem visar ao próprio enriquecimento.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.