Volta da CPMF deve ser vista como “esforço de guerra”, diz Delfim

Em meio à saraivada de críticas à proposta da volta do tributo, o ex-ministro Delfim Netto defendeu a ideia, mas desde que seja algo por um breve período de tempo e com clareza sobre como será gasto o dinheiro

João Sandrini

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CAMPOS DO JORDÃO – Em meio ao bombardeio sofrido pelo governo em relação à proposta de recriação da CPMF, o ex-ministro Delfim Netto foi uma das poucas vozes que se levantaram para defender a proposta. Ele afirmou que apoia a medida desde que seja algo emergencial, por um curto e predeterminado período de tempo e que o governo seja claro ao estabelecer como será usado o dinheiro. Para o ex-ministro, a medida deveria ser vista pela sociedade como uma espécie de “esforço de guerra” em um momento em que o governo caminha para uma “profunda desorganização fiscal”.

O ex-ministro também aposta que o governo tende a conseguir aprovar a medida no Congresso – a emenda constitucional para a recriação do imposto exige votos favoráveis de três quintos dos deputados e senadores. O grande trunfo do governo é que as receitas, avaliadas em quase R$ 70 bilhões por ano, seriam divididas com os Estados. “É uma ilusão achar que o governo é tão bobo como estamos julgando aqui. Ele já combinou o jogo da CPMF com os Estados. Vai ter um aumento de imposto, por bem ou por mal. Ou por inflação, ou organizado. Em minha opinião, o melhor imposto é condicional, é dar o imposto por um ano para fazer tais e tais medidas de correção. CPMF não é o melhor imposto. Mas todos os deputados do RS vão votar [a favor da CPMF]. Todos de SP vão votar. Todos de MG vão votar. E todos vão votar porque todos estão com as calças na mão”, afirmou.

Pastore concorda que o jogo já está combinado com as bancadas estaduais, mas ponderou que não vai haver apoio popular. “Vejo a irritação da sociedade crescendo. O Congresso deveria olhar para isso e fazer uma reflexão sobre que país estamos construindo. Só colocar uma CPMF sem repensar gastos, olhando desperdícios na educação ou na previdência, não adianta. Faz parte do populismo do governo. Temos que acabar com o populismo. Vamos meter CPMF para alimentar populismo. Sou contra discutir CPFMF agora para depois melhorar os gastos. Não. Tem que melhorar a qualidade do gasto para depois discutir aumento de imposto. Estamos virando covardes. Temos que discutir isso porque vamos para uma inflação aberta. Vamos ter imposto inflacionário porque temos uma política econômica de quinta categoria.”

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Delfim e Pastore participaram do Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais da BM&FBovespa, que acontece em Campos do Jordão (SP).

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