Vitória de Obama não é sinônimo de grandes mudanças, analisa professor

Fabio Kanczuk questiona postura de corte de impostos, aliada a esforços de expansão do seguro saúde; "vai ter plano fiscal"

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A ascensão de Barack Obama ao posto principal da Casa Branca não significa necessariamente o início de uma temporada de mudanças no fragilizado quadro econômico norte-americano, segundo avaliação do professor da Faculdade de Economia da USP, Fabio Kanczuk.

“Talvez a graça do Obama seja o fato dele não mexer muito nas coisas, mas ter esse visual meio cool, esperto, que dá a sensação de grandes mudanças; mas, no fim, muito pouca alteração deve ocorrer”, defende Kanczuk, que apontou poucas diferenças nas propostas do democrata e de seu rival republicano. Ele interpreta que, independente do vencedor, “vai ter plano fiscal aparecendo”.

Na última terça-feira (4), em votação marcada pelo recorde de comparecimento nos últimos cem anos, Obama venceu John McCain com 66% dos eleitores registrados. A vantagem sobre o adversário foi a maior registrada desde 1996. O debate econômico foi um dos pontos mais cruciais para a vitória do candidato democrata.

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Dilema fiscal

De acordo com pesquisas de opinião locais, para a maioria dos norte-americanos, Obama é visto como o mais preparado para enfrentar a crise financeira global. O professor da Fea, entretanto, cita falta de clareza em algumas das posições do democrata no que diz respeito à política econômica.

“De ambos os candidatos não ficou bem esclarecida a parte de gastos. O Obama veio com uma proposta não muito clara de expandir o seguro saúde para a população de forma mais efetiva. Para equilibrar isso, uma hora terá que subir a arrecadação, e, apesar disso, ele propõe cortar impostos”.

Para Kanczuk, não há uma postura evidente a respeito do médio e longo prazo. O acadêmico, contudo, não esconde a preferência por Obama no momento de crise. “O setor privado está meio parado, há uma desconfiança generalizada, o que pede uma expansão fiscal. Assim teria preferência pelo lado mais democrático”, diz.

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