Verde Asset cita 3 motivos para não ter comprado euforia recente com Temer: “a guerra está só no início”

Equipe comandada por Luis Stuhlberger ainda mostra preocupação com ambiente de calmaria excessiva dos mercados globais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em relatório em que comenta o desempenho relativo ao mês de agosto, a equipe de análise da Verde Asset comandada por Luis Stuhlberger destaca preocupação com o ambiente de calmaria dos mercados globais e também ressalta porque se mantém à margem da euforia recente com o Brasil após o impeachment.

Os gestores da Verde destacam que, enquanto a “saga do impeachment parece ter chegado ao fim”, a guerra de reformas ainda está no início. A primeira batalha, da renegociação das dívidas, “trouxe sinais preocupantes de que o novo governo cede terreno ao primeiro sinal de dificuldade”, diz a Verde Asset. Os gestores ressaltam ainda que as próximas batalhas, especialmente a da Previdência, tendem a ser ainda mais duras. E aponta três motivos para não ter comprado a euforia recente do mercado com o governo Michel Temer. 

“Os mercados parecem refletir uma visão de que (i) não há problema fiscal estrutural, (ii) a volta do crescimento será tão forte e rápida quanto foi a desaceleração (em que país do mundo foi assim no pós-crise?), e (iii) que seguidas pequenas derrotas fiscais não cobram preço a médio prazo. Nossa discordância em relação a esses pontos tem nos mantido à margem da euforia recente”, ressalta a Verde.

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A Verde Asset ainda mostra preocupação com a intensa calmaria dos mercados mundiais: “o verão no Hemisfério Norte historicamente é um período de calma nos mercados. Este ano, contudo, tal calmaria está atingindo proporções épicas: a volatilidade de praticamente todas classes de ativos está nos níveis mais baixos em décadas”, avalia a gestora, que cita o S&P 500. Isso porque o principal índice de ações americanas completou no primeiro dia de setembro 39 dias consecutivos sem se mexer mais de 1%. “Tal sequência é tão rara que aconteceu apenas uma vez nos últimos vinte anos, ou apenas cinco vezes nos últimos trinta anos”, afirmam os gestores.

A Verde Asset ressalta que esta observação é relevante uma vez que a combinação de juros baixíssimos com volatilidade baixa (e cadente) é um poderoso estimulante para a elevação dos riscos do mercado, o que tem beneficiado países com taxas de juros altas como o Brasil e feito os mercados globais de ações subirem.

“É importante lembrar que a maior parte dos participantes de mercado usam volatilidade como sinônimo de risco. Portanto, menos volatilidade representaria menos risco, o que permite posições maiores e mais agressivas. Esse é o contexto global atual: uma calmaria ‘eterna enquanto dure’ que está fazendo os preços de ativos subirem sem muito obstáculo. Estamos preocupados com esse ambiente e o nosso viés é ter menos risco do que mais. Um eventual aumento da volatilidade deve forçar uma desmontagem de posições e nos oferecer oportunidades interessantes”, afirma a gestora.

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No mês de agosto, o fundo da Verde Asset registrou ganhos de 1,64%, ante 1,21% do CDI. No acumulado do ano, o Verde tem alta de 8,07% ante 9,21% do CDI. A Verde obteve no mês passado ganhos nos seus três grandes componentes: na renda fixa (fruto de nova surpresa na inflação corrente); nas posições de ações, tanto na parte global quanto Brasil; e também no livro de moedas, principalmente nas posições vendidas no dólar de Cingapura e no renminbi chinês. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.