Eleição na Venezuela: Itamaraty mostra “preocupação” após opositora ser barrada

Em nota, governo brasileiro diz que impedimento do registro da candidatura de Corina Yoris, principal nome da oposição a Nicolás Maduro, não teve "qualquer explicação oficial" até o momento

Equipe InfoMoney

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Reprodução)

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Tradicional aliado do ditador Nicolás Maduro na Venezuela, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou, nesta terça-feira (26), uma nota oficial na qual mostra “preocupação” com o processo eleitoral no país vizinho, após a principal candidata de oposição ao regime não ter conseguido obter o registro para sua candidatura.

“O governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral” na Venezuela, diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores. Trata-se da primeira manifestação mais dura do governo Lula a respeito das eleições venezuelanas, contestadas pela comunidade internacional.

O prazo de registro de candidaturas para o pleito na Venezuela terminou na noite de segunda-feira (25). Porém, a coligação de oposição a Maduro anunciou que não conseguiu registrar a candidatura da filósofa e professora universitária Corina Yoris.

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A nota do Itamaraty destaca que o impedimento do registro da candidatura não é compatível com os acordos assinados em outubro do ano passado, em Barbados, para promoção de diálogo, direitos políticos e garantias eleitorais na Venezuela. E que, até o momento, não houve explicação oficial para este impedimento.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, afirma o governo brasileiro.

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No entanto, mesmo sem o registro da opositora de Maduro, o Itamaraty apontou que 11 candidatos ligados a correntes de oposição conseguiram registros para concorrer à vaga presidencial e citou como exemplo o atual governador do município de Zulia, também integrante da Plataforma Unitaria, Manuel Rosales, que enfrentará o atual presidente nas urnas, em 28 de julho.

Rosales já disputou a presidência da Venezuela, em dezembro de 2006, como adversário do ex-presidente Hugo Chávez, que comandou o país entre 1999 e 2013 (quando morreu).

O Itamaraty anunciou que o Brasil, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, irá cooperar para que as eleições sejam um passo para a normalização da vida política e o fortalecimento da democracia na Venezuela. O ministério classifica o país vizinho como “amigo do Brasil”.

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Confira a íntegra da nota do governo brasileiro:

Esgotado o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas, na noite de ontem, 25/3, o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país.

Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial.

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Onze candidatos ligados a correntes de oposição lograram o registro. Entre eles, inclui-se o atual governador de Zulia, também integrante da Plataforma Unitaria.

O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil.

O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo.

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(com Agência Brasil)