Vendo cenário “dividido”, gestor destaca o que mudará no mercado após as eleições

Gestor Raphael Juan, da BBT Asset, ressalta que a Copa deve ter impacto sobre o cenário eleitoral e avalia o que pode acontecer caso Dilma, Aécio ou Campos vençam

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Copa do Mundo começou, mas não são todos os brasileiros que estão torcendo pela seleção canarinho, uma vez que há aqueles que torcem para que tudo dê errado e nos possíveis efeitos sobre a corrida eleitoral. Mas, para o gestor Raphael Juan, gestor da BBT Asset, levando ou não o hexacampeonato, sempre é necessário fazer uma análise política e econômica dos cenários depois de todos os jogos. 

Juan destaca que muito se especula com os cenários caso o Brasil vença a Copa ou saia derrotado. Porém, segundo mostra a história, este fator é pouco impactante. Em 1994, o Brasil levou o tetra e mudou o partido que governava o País, para o PSDB de Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, a seleção perdeu na França na final e FHC foi reeleito. Já em 2002, Lula representou uma mudança para o País com o PT assumindo o poder, mesmo ano em que o Brasil conquistava o penta na Ásia. Já no ano da reeleição de Lula, 2006, o Brasil perdeu a Copa e e, em 2010, Dilma Rousseff manteve o PT no governo, no mesmo ano em que a seleção caiu nas quartas de final contra a Holanda.

Porém, avalia Juan, a situação pode ser diferente este ano, já que a Copa do Mundo é no Brasil e existe um grande descontentamento. O que impactará fortemente a reeleição de Dilma será a forma como o evento é conduzido, além dos protestos, problemas estruturais, segurança e falhas na organização.

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 “Se ocorrerem muitos problemas até o final da Copa, mesmo que o Brasil seja o campeão, o pessimismo e o descontentamento da população serão refletidos em números. Porém, se até o final da copa não ocorrerem problemas, mesmo que o Brasil seja eliminado, o resultado pouco impactará nas urnas”, ressalta o gestor.

Os cenários pós-eleição
Assim, a Copa terá sim um impacto no resultado das eleições e no futuro econômico do País, aponta Juan. No front eleitoral, o gestor vê uma probabilidade de 50% de Dilma ser reeleita; ano passado, o mercado previa 75%. O gestor da BBT Asset avaliou ainda os três possíveis cenários para as eleições de outubro, conforme destacado abaixo:

Reeleição de Dilma Rousseff: para Juan, o investimento estrangeiro em Bolsa deverá cair, mas o investimento direto deve permanecer nos níveis atuais. Já a taxa de juros oscilará pouco, pois está diretamente atrelada a inflação e desempenho do PIB. O dólar deve chegar a R$ 2,40 e a bolsa deve devolver em torno de 5% da valorização deste ano. Entretanto, a médio prazo o Ibovespa deve continuar numa linha ascendente.

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“Existe uma forte possibilidade de troca do Ministro da Fazenda após as eleições – com a a eventual saída de Guido Mantega -, o que pode melhorar o olhar do investidor externo”, ressaltou o gestor.

Aécio Neves eleito: com o candidato do PSDB sendo eleito, o investimento estrangeiro e o capital especulativo devem aumentar, enquanto os investimentos diretos devem permanecer nos atuais níveis. A taxa de juros deverá subir, pois o novo Ministro da Fazenda poderá adotar uma política de controle de inflação mais rigorosa. O dólar ficaria próximo dos R$ 2,00 até o final do ano, mas a partir de 2015 a moeda voltaria a subir com o aumento da taxa de juros americana. “Com todos estes fatores a bolsa teria forte valorização”, destaca o gestor. 

Eduardo Campos eleito: o cenário econômico com Eduardo Campos seria idêntico ao de Aécio Neves, afirma o gestor. Porém, é necessário ressaltar que uma possível ação mais atuante da vice-presidente, Marina Silva, poderia mexer um pouco no cenário, principalmente em relação ao agronegócio, que representa 25% do PIB do país.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.