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SÃO PAULO – O cenário com o qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha parece oscilar entre o “jogou a toalha” e uma estratégia de convencimento de alguns partidos para barrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com informações do jornal Valor Econômico, Lula não tem perspectiva de barrar a primeira fase do impeachment no Senado e aconselhou o comando do PT a partir para o ataque contra o vice-presidente Michel Temer, apostando numa estratégia para deslegitimar um provável governo dele. Com isso, a ideia é impedir que sejam aprovadas medidas propostas pela futura gestão, de forma a ajudar Dilma a voltar para o cargo.
No Senado são necessários 41 votos dos 81 senadores – maioria simples – para que processo seja admitido e aberto, quando Dilma seria afastada; os últimos levantamentos de jornais apontam para um número superior a isso. Segundo o Estadão e O Globo, 46 estão a favor do impeachment e, segundo a Folha, 48. Os três jornais apontam 20 senadores contra o impedimento de Dilma. Dois terços, ou 54 senadores, são necessários para condenar a presidente e afastá-la de vez do cargo em um prazo de até 180 dias após o afastamento. Durante esse período, a presidência passa às mãos do vice Michel Temer. Para o ex-presidente, é quase “impossível” que Dilma não seja afastada e, depois disso, “dificilmente” ela voltaria ao cargo, afirmou o ex-presidente. O retorno só se viabilizaria diante do desgaste e da impopularidade da gestão Temer.
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Lula orientou o PT a não defender eleição presidencial para este ano e disse que a iniciativa da proposta deve ficar a cargo da presidente.
Já segundo a Folha de S. Paulo, na tentativa de barrar o impeachment na fase final, Dilma e Lula iniciaram uma ofensiva para conseguir apoios no PSB e no PMDB. Na bancada de sete senadores do PSB, dois são contra o afastamento da presidente e cinco já se declararam a favor: Roberto Rocha (MA), Lúcia Vânia (GO), Antonio Carlos Valadares (SE), Romário (RJ) e Fernando Bezerra Coelho (PE). Lula também entrou em contato com Bezerra, que foi ministro da Integração Nacional no primeiro mandato de Dilma.
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