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SÃO PAULO – A divulgação da gravação de uma conversa entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que sugere que ele teria aventado um pacto contra a operação Lava Jato azedam o mercado e enfraquecem o governo provisório, destacam analistas.
Na avaliação do analista político Juliano Griebeler, da Barral M. Jorge, ao nomear senadores e deputados que estão sob investigação da Operação Lava-Jato, Temer assumiu o risco político de que novas fase da investigação pudessem criar instabilidade em seu governo provisório.
“O vazamento ocorre em um momento delicado, uma vez que Jucá tem sido um dos principais articuladores do governo no Senado Federal e nesta semana ocorrerá a primeira importante votação para Temer no Congresso, a votação da nova meta fiscal”, afirma o analista político. Desta forma, a votação da meta deve ser afetada; além disso, os partidos da oposição tentarão utilizar o fato para dificultar a atuação do governo provisório, destaca o analista.
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“Alguns partidos podem até colocar como condicionante o afastamento de Jucá para a aprovação da meta fiscal. Os partidos do núcleo duro do governo tentarão desvincular a questão da meta da gravação de Jucá, reforçando a importância da votação antes do dia 30 de maio”, afirmou Griebeler.
O analista reforça que os partidos da oposição, como PT, PDT e PSOL devem atuar. Nesta manhã, a assessoria de imprensa da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados informou que entrará com uma representação contra o ministro do Planejamento, Romero Jucá, na PGR (Procuradoria Geral da República ), sugerindo prisão do peemedebista por obstrução da Justiça. A expectativa é de que o partido vá à PGR ainda na tarde desta segunda. Além disso, o senador Telmário Mota (PDT-RR) também anunciou que vai ingressar no Conselho de Ética do Senado com pedido de cassação do mandato de Jucá, senador licenciado para ocupar o ministério.
“Temer precisa dar uma resposta rápida e eficiente, mostrando que atitudes que busquem atrapalhar a Lava-jato não serão aceitas, entretanto, não pode simplesmente descartar o seu principal aliado e articulador no Senado. Independente da atitude tomada pelo presidente interino, o governo provisório sai com sua imagem enfraquecida”, afirma o analista político.