Vazamento e confusão no mercado: por que Temer “desistiu” de nomear Marun como articulador político?

Por várias horas, diversos veículos de imprensa confirmaram a troca, mas governo surpreendeu em nota ao manter Imbassahy no cargo

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O mundo político nacional viveu uma grande confusão nesta quarta-feira (22) – e que acabou “respingando” no mercado de ações. Ainda no fim da manhã, diversos veículos da imprensa passaram a informar que o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) seria nomeado para o comando da Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação política, substituindo assim o tucano Antonio Imbassahy (BA).

A notícia chegou a animar o mercado, com o Ibovespa chegando a bater sua máxima do dia. A medida é tida no meio político como indispensável para o governo conquistar o apoio necessário para aprovar a reforma da Previdência. Marun é conhecido por ser um dos nomes mais ferrenhos da “tropa de choque” de Temer, e seria essencial para ajudar nesta articulação.

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A questão é que, após algumas horas, o Palácio do Planalto emitiu uma nota oficial, que para a surpresa de todos, mantinha Imbassahy no cargo. Com a novidade, o mercado brasileiro voltou a desanimar, fechando o dia com leve queda. Mas afinal, os rumores estavam errados ou o presidente Michel Temer mudou de ideia?

Segundo o jornal Folha de S. Paulo e a revista Veja, foi exatamente este vazamento da informação que levou Temer a adiar seus planos de colocar Marun para ser o articulador do governo. O presidente teria combinado hoje pela manhã com Aécio Neves uma forma de costurar a saída de Imbassahy.

Segundo a Veja, Temer chamou Marun ao Planalto enquanto a bancada do PMDB o pressionava a anunciar a mudança logo para poder empossar o deputado ainda hoje, junto com Alexandre Baldy, que assumiu o Ministério das Cidades. A questão é que alguns ministros vazaram a informação para a imprensa, atrapalhando os planos de Temer.

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O presidente temia que o anúncio precipitado da saída de Imbassahy provocasse uma reação que minasse o apoio do PSDB à reforma da Previdência, de acordo com informações da Folha. Aliados do tucano não gostaram da troca, já que Temer ainda não teria definido um novo posto para ele no governo.

A situação ficou difícil agora para o presidente conseguir colocar Marun na Secretaria de Governo, mas segundo os rumores, Temer ainda não desistiur da ideia, apenas adiou o fato. O jornal O Estado de S. Paulo ainda destaca que o tucano deverá permanecer na Secretaria pelo menos até 9 de dezembro, quando ocorre a convenção nacional do PSDB.

Segundo o jornal, Aécio teria pedido para que Temer mantivesse Imbassahy no cargo por mais este tempo. O tucano mineiro disse ao presidente que uma eventual saída de Imbassahy do cargo agora poderia influenciar o resultado da convenção, quando os tucanos devem decidir se desembarcam ou não oficialmente do governo Temer.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.