Tuíte de Trump faz bolsa chinesa saltar 5,6%, mas disparada não chegará ao Brasil, aponta Rico

Mercado brasileiro também está de olho nas negociações para a reforma da Previdência, enquanto que outras bolsas pelo mundo também registram desempenho mais modesto

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mais uma vez, um tuíte do presidente dos EUA, Donald Trump, movimentou os mercados mundiais (principalmente os asiáticos). Principal índice acionário chinês, o Xangai Composto subiu 5,6%, a 2.961,28 pontos, registrando o maior ganho em um único pregão desde julho de 2015, com o ânimo se estendendo para outros índices asiáticos, ainda em que menor grau. 

Isso ocorreu na esteira da publicação do presidente americano na rede social informando que adiaria a elevação de tarifas de Washington sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, após os “progressos substanciais” que americanos e chineses fizeram nas negociações comerciais das últimas semanas.

Na prática, Trump prorrogou o prazo da trégua de 90 dias, que venceria em 1º de março, para que EUA e China chegassem a um pacto comercial.

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A última rodada de discussões comerciais, em Washington, acabou se estendendo para o fim de semana à medida que ambos os lados relataram avanços no sentido de reduzir suas divergências. Na semana passada, surgiram relatos de que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, poderão se encontrar para finalizar um eventual acordo comercial no fim de março, na Flórida.

Conforme destacam os analistas da Rico Investimentos Thiago Salomão e Matheus Soares, a notícia é importante uma vez que esse impasse comercial entre as duas maiores economias do mundo existe desde o início do ano passado mas ganhou intensidade na reta final de 2018.

“Enquanto as duas potências não se resolverem, investimentos destes dois países pode diminuir (incerteza dos empresários de cada país), diminuindo o consumo e as trocas comerciais entre outros países do mundo, colaborando assim para agravar o cenário de desaceleração da economia global que já temos vivenciado em 2019. A resolução desse problema pode dar um novo gás nos mercados no curto prazo”, apontam os analistas.

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Contudo, apesar dos ganhos, não espera-se uma alta na mesma magnitude para a bolsa brasileira,  conforme já apontam os contratos do Ibovespa Futuro nesta sessão, que sobem cerca de 0,5%. 

Embora a notícia seja bastante positiva e bem recebida pelos mercados ocidentais, os ganhos não serão da mesma magnitude no Brasil também porque o foco deve continuar nas conversas sobre a Reforma da Previdência, ressaltam os analistas da Rico.

Eles apontam que é importante distinguir os sinais e ruídos sobre a reforma e o seu impacto na bolsa. De um lado, diversas entrevistas destacam o enorme potencial da economia brasileira caso a reforma passe. Por outro lado, a entrevista do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ)  para o Valor Econômico afirmando que o “governo já está perdendo batalha da comunicação” para a Previdência pode servir como um grande ruído para esse otimismo. 

De qualquer forma, os analistas avaliam que a trajetória do mercado brasileiro não será linear, mas que será ascendente no longo prazo. “Seguimos bullish [otimistas com o mercado]”, concluem os analistas da Rico. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.