TSE: Moraes comandará centro de combate à desinformação e discursos de ódio

Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (Ciedde) será inaugurado na terça-feira (12) e contará com participação de outros órgãos

Fábio Matos

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, durante coletiva de imprensa no Centro de Divulgação das Eleições

Publicidade

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai inaugurar, na terça-feira (12), o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (Ciedde). O órgão será responsável pelo “combate à desinformação, discursos de ódio, discriminatórios e antidemocráticos no âmbito eleitoral”.

A cerimônia de lançamento está marcada para as 16 horas. A unidade será comandada pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com o tribunal, a estrutura terá a função de facilitar a comunicação entre entidades e plataformas de redes sociais, com o objetivo de “aprimorar a implementação de ações preventivas e corretivas” e assegurar o cumprimento das regras determinadas pela Justiça Eleitoral para as eleições de outubro deste ano.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Ainda segundo o TSE, o centro auxiliará os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) a combater as chamadas “deepfakes”, que são manipulações feitas por meio da IA em vídeos, fotos ou GIFs, que guardam enorme semelhança com a realidade.

Foram convidados a participar do Ciedde a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O órgão criado pelo TSE também deve promover cursos, seminários e estudos sobre educação em cidadania, democracia, Justiça Eleitoral, direitos digitais e combate à desinformação.

Continua depois da publicidade

Inteligência artificial nas eleições

No fim de fevereiro, o TSE aprovou 12 resoluções com normas e diretrizes para a condução do processo eleitoral deste ano. Uma delas é a Resolução nº 23.732/2024, de autoria da ministra Cármen Lúcia – que sucederá Alexandre de Moraes e será a presidente do tribunal durante o processo eleitoral –, que restringiu fortemente o uso de IA nas campanhas políticas.

O recurso só será permitido em casos pontuais, desde que o eleitor seja informado de modo “explícito, destacado e acessível”, e não poderá ser utilizado para difundir notícias ou imagens manipuladas e inverídicas. Quem descumprir a regra poderá ter o registro de sua candidatura cassado ou, se eleito, perder o mandato.

O tribunal também proibiu o chamado “deepfake”, que são manipulações feitas por meio da IA em vídeos, fotos ou GIFs, que guardam enorme semelhança com a realidade. Na resolução, o TSE classifica “deepfake” como “conteúdo sintético em formato de áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado digitalmente, ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia”. Também está proibido o uso de “chatbots” (robôs virtuais de bate-papo) e avatares que simulem uma suposta comunicação entre candidatos e eleitores.

Continua depois da publicidade

Segundo especialistas ouvidos pelo InfoMoney, o tribunal acerta ao regulamentar o uso de IA nas eleições, acabando com um “vácuo legal” que existia até então. Apesar do esforço da Justiça Eleitoral, a avaliação de quem acompanha o assunto de perto é que será praticamente impossível blindar o pleito deste ano das notícias falsas ou do uso do “deepfake” como arma política.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Além do InfoMoney, teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”.