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SÃO PAULO – Há 15 anos, o desenho animado Os Simpsons, em uma de suas brincadeiras, fazia piada com um futuro onde magnata do ramo imobiliário Donald Trump se tornava presidente dos Estados Unidos. A previsão ainda não se tornou realidade, mas já não é mais uma ideia tão absurda. Desde o anúncio de sua candidatura, em junho de 2015, o ex-apresentador do programa “O Aprendiz” foi tratado como piada, principalmente pela mídia americana. Mas mesmo assim, sempre foi o favorito para vencer entre os republicanos.
Ainda antes do início das primárias, o magnata do ramo imobiliário já ganhava força nas principais pesquisas eleitorais, mas isso não mudou a imagem dele, que a cada nova declaração perdia o respeito de diversos setores e eleitores, como ficou marcado com a proposta de construir um muro na fronteira do México para bloquear a entrada de imigrantes.
Mas não é só com a imprensa que Trump não se dá bem. O candidato não tem apoio nem dentro de seu próprio partido e figuras conhecidas da política americana já mostraram oposição à sua candidatura, caso de Mitt Romney. Para piorar, o mercado financeiro também não gosta dele e até mesmo o atual presidente Barack Obama já declarou que não quer que Trump vença.
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Mas a pior pressão tem vindo da mídia especializada, que trata o republicano de forma debochada e diversos veículos já expressaram publicamente sua repudia ao magnata. No ano passado, o “The Huffington Post” decidiu retirar Trump da seção de política e incluí-lo na seção de entretenimento, por considerar que sua campanha à Casa Branca “é um espetáculo”. Desde então, o diário cobre a campanha do candidato na seção de entretenimento.
Mais recentemente, a “The Economist” publicou um editorial afirmando que “é hora de cortar as asas do fanfarrão”. “Trump chegou onde chegou incitando ao ódio e à violência. É alguém tão imprevisível que vê-lo se aproximando da cadeira presidencial constitui, por si só, uma experiência aterradora. É preciso interromper seu avanço”, diz o texto.
Como a piada virou coisa séria
A grande questão que está deixando os especialistas intrigados é como uma pessoa tão polêmica e com opiniões que desagradam tantos grupos poderia liderar as pesquisas e já estar próximo de ser o candidato republicano nas eleições. A resposta tem se mostrado em uma tendência que já está sendo verificada até no Brasil: os eleitores não querem mais políticos no poder.
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Assim como muitos tem tentado entender o ganho de popularidade de Jair Bolsonaro por aqui, nos EUA o que se tem visto são pessoas declarando que querem uma figura diferente na Casa Branca. O eleitorado quer romper com o sistema e tentar uma mudança radical do cenário político.
Entrevistados pela CNN afirmaram que a popularidade do empresário está ligada a sua personalidade forte. Perguntados sobre por que são a favor de Trump, eleitores de diversas origens apresentam os mesmos argumentos, dizendo que ele é corajoso, que admiram sua franqueza e gostam do fato de ele não ser politicamente correto. Para muitos republicanos, suas declarações mais ofensivas confirmam o fato de Trump ser um político singular e que está disposto a contestar as convenções.
Porém, a ascensão de Trump pode não ser sustentável. Ainda durante as primárias, o magnata pode começar a perder força para outros candidatos – agora o mais forte se mostra ser Ted Cruz. Apesar de vencer a “Super Terça”, Trump perdeu em 4 estados para Cruz e registrou vitórias apertadas em outros locais importantes, o que indica uma limitação em seus ganhos.
Além disso, mesmo que consiga sua candidatura pelos republicanos, Trump terá de lutar contra a opinião dentro do próprio partido, o que pode dificultar sua corrida pela Casa Branca, já que para vencer Hillary Clinton (provável vencedora entre os democratas), o magnata vai precisar recuperar os votos de adversários, o que parece muito improvável. Com um perfil muito complexo e de difícil avaliação, resta saber se Donald Trump irá se manter polêmico ou mudará sua postura para tentar se tornar presidente.
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