Três fatores serão decisivos para Dilma ou Aécio levar eleição – e Marina não é um deles

Para o diretor da Eurasia Christopher Garman, PSDB tem que se focar mais nas demandas de classe média ao invés de ficar explicando passado; debate, estratégia e escândalos na Petrobras serão cruciais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em conferência realizada pelo GO Associados nesta sexta-feira (10), o cientista político e diretor de head para mercados emergentes Christopher Garman destacou que diminuiu as chances de vitória de Dilma Rousseff (PT) de 70% para 60%.

De acordo com ele, o escândalo da Petrobras (PETR3;PETR4) não mudou o favoritismo da candidata, mas diminuiu as chances dela ganhar, de 70% para 60%. Garman afirmou que, normalmente, as denúncias de corrupção não costumam afetar o governo, mas com notícias mais contundentes – menos difusas – e com um vídeo com o depoimento sendo divulgado na mídia, as chances de Dilma ser afetada são mais fortes. 

Além disso, a chance é menor porque o início do segundo turno foi mais favorável para Aécio do que foi projetado. As primeiras pesquisas Datafolha e Ibope indicaram Aécio com 46% dos votos totais e Dilma, com 44%. 

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Por outro lado, afirma Garman, a campanha de Dilma fará uma campanha para desconstruir o candidato tucano. Ao mesmo tempo, ressalta, o marketing da campanha do PSDB está melhor hoje do que no passado, após ele ter tido passe livre no 1º turno com o foco indo para Marina Silva. “Antes, a propaganda do PSDB chegou até mesmo a tentar colocar o Lula como neoliberal, o que não deu certo. Agora, a ideia dos tucanos de trazer as estatais para os brasileiros é mais convincente”, afirma o cientista político. “Aécio ainda não teve teste de estresse, terá agora”, afirmou, enquanto Dilma corre para reduzir a sua vantagem ante o tucano.

Para o analista, em meio a tantos focos para as eleições, três devem ser levados em consideração como mais decisivos para as eleições, enquanto outros, nem tanto. Entre os fatores a serem olhados são: eficácia da mensagem na campanha televisiva, a estratégia da campanha do PSDB com qual linha de ataque será usada. Em segundo lugar, o desempenho nos debates- que serão mais importantes que na primeira rodada- e, em terceiro lugar, como os escândalos da Petrobras vão se desenrolar nas próximas semanas. 

O que não é tão importante, segundo ele, é a expectativa do que o apoio de Marina Silva pode causar na disputa eleitoral. O apoio até pode ajudar, mas a expectativa de ajuda é exagerada. “Há um foco exagerado neste sentido, achando que um terceiro candidato poderia influenciar nas eleições, como se o eleitor não pudesse escolher por conta própria”. 

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Economia influencia?
O peso da economia não vai ser tão diferente, afirma. Ela teve um papel claro e por isso a disputa para as eleições está bastante grande. “Houve recessão técnica, inflação alta, mas o que importa mesmo para os eleitores é manter o emprego e a renda melhorar”, afirma.

Para ele, é importante que que o PSDB se comunique mais com os eleitores sobre as demandas da classe média e como a conjuntura atual pode afetar a população, ao invés de tentar se explicar sobre o “passado” das políticas adotadas no governo Fernando Henrique Cardoso. “PSDB tem que se focar mais nas demandas de classe média”. 

E, caso Dilma ganhe, que é o cenário base da Eurasia, ela pode ficar mais fraca politicamentee também deve ter que enfrentar com muitas turbulências no mercado. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.