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SÃO PAULO – Um dos grandes especialistas em políticas públicas de combate à desigualdade social e econômica no Brasil, o professor do Insper Ricardo Paes de Barros vê avanços importantes nestes campos durante os últimos 15 anos, mas acredita que também foi gerada uma crise fiscal séria. Para ele, o país precisa “ter um comprometimento absoluto de jamais ter outro desequilíbrio fiscal”.
Em evento organizado pela revista Veja na manhã desta segunda-feira (23), o especialista mostra otimismo com a capacidade do governo que assumiu com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, ressaltando a habilidade de Michel Temer em negociar com parlamentares. “A sociedade brasileira entende a crise fiscal. Nós não entramos nela pelo combate à pobreza; nós entramos por não termos feito ajustes importantes, por exemplo, na Previdência”, afirmou o economista, cujos estudos foram aproveitados pelo PMDB nos programas políticos e econômicos recentemente elaborados.
Dividindo o painel com Barros, o economista e presidente do Goldman Sachs, Paulo Leme, compartilha da avaliação do professor e diz que acredita que a prioridade é “ter o conhecimento de que isso é um plano plurianual”. “O importante é o sequenciamento no Congresso. A consolidação da credibilidade depende de prometer sempre menos e entregar sempre mais”, disse. Para ele, é preciso de receitas extraordinárias com privatizações e vendas de ativo para fechar hiatos.
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No mesmo sentido, o professor do Insper defende que o país mantenha a velocidade com que melhorou os indicadores sociais nos últimos anos. “É possível ter uma educação melhor com os mesmos recursos que temos hoje. Para o pobre, ineficiência não ajuda em nada. Precisamos da entrada do setor privado na educação, na saúde e em outros setores”, argumentou. Para ele, “todo o processo de privatização é bem-vindo. Desde que seja bem feito”, incluindo até eventualmente o caso da Petrobras (PETR3; PETR4). O professor não acredita que impostos sejam uma alternativa viável em um primeiro momento, o que prejudicaria na geração de um ambiente de negócios simples.
“Precisamos tirar todo o ruído que o governo causou na parte regulatória e trazer o investimento privado. A entrada de dólar excessiva é boa para financiar a importação de bens de capital, que são importantes para o crescimento”, defendeu Paulo Leme, do Goldman. “A privatização deve ser feita no tempo certo”.
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