“Todo mundo pode, menos o m*** do metalúrgico”, diz Lula em pronunciamento

"É lamentável que uma parcela do Poder Judiciário esteja trabalhando em parceria com a imprensa", disse Lula.

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Marcado para 14h (horário de Brasília), o pronunciamento oficial do ex-presidente Lula atrasou 40 minutos. O petista iniciou sua fala criticando a atuação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (4): “não precisava ter ido logo cedo na minha casa, na casa dos meus filhos”, afirmou. Lula disse que sempre esteve aberto a falar com as autoridades.

O ex-presidente afirmou que houve “arrogância”, um show de pirotecnia na operação de hoje. “É lamentável que uma parcela do Poder Judiciário esteja trabalhando em parceria com a imprensa”, disse Lula. O petista disse que está primeiro “sendo criado o criminoso” para que depois sejam descobertos “o crime que ele prometeu”.

Ele afirmou que hoje no Brasil “ser amigo de Lula é uma coisa criminosa” e que há uma tentativa de “criminalizar o PT”. O ex-presidente disse também que a elite brasileira tem “complexo de vira-lata” e não deixa os pobres melhorarem. Além disso, Lula afirmou que as conquistas sociais de seu governo “incomodaram muita gente”.

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Lula também defendeu a presidente Dilma Rousseff e afirmou que ao conseguir sua eleição pensou que estaria realizado. Ele disse que “não estão deixando Dilma governar”. “Se tem alguém nesse país que precisa de autonomia é a presidente da República”, disse Lula.

Em seu pronunciamento, o ex-presidente ainda fez brincadeiras, tentando mostrar tranquilidade. Ao comentar suas disposição em ir falar com a Polícia Federal, Lula brincou que o Juiz Sérgio Moro poderia ter feito o convite para ele ir para Curitiba: “Eu gosto de Curitiba, poderia ir depor lá […] Eu me senti prisioneiro hoje de manhã”, disse.

O ex-presidente disse que a democracia precisa de “instituições fortes”. “Eu vou sempre indicar o primeiro da lista”, disse. “Mas é importante que os procuradores saibam que uma instituição forte tem que ter profissionais responsáveis”, completou.

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Ele também explicou os motivos que levaram as suas palestras a serem tão procuradas: “eu me transformei no conferencista mais caro do mundo junto com o [ex-presidente dos EUA] Bill Clinton”. Lula também afirmou que cobra caro por suas palestras porque “não tem complexo de vira-latas”.

Triplex e chácara em Atibaia
Lula voltou a afirmar que não é dono do triplex no Guarujá e nem da chácara em Atibaia. Ele ainda criticou a preocupação com o barco de R$ 4 mil da dona Marisa e com os pedalinhos de seu neto. “Eu uso a chácara dos amigos porque os inimigos não me oferecem”, disse.

“Se eu não comprei e não paguei, não é meu”, disse ele sobre o apartamento no litoral. “Espero que, quando tudo acabar, me deem o apartamento”, brincou ainda o ex-presidente.

Lula se mostrou muito indignado com os questionamentos em relação aos seus bens e disse que quando a situação é com seus oponentes não há nenhuma dúvida se há alguma ilegalidade. “Todo mundo pode, menos o merda do metalúrgico”, esbravejou o ex-presidente.

Depoimento aos companheiros
Um vídeo já havia sido postado na internet com o petista falando para militantes. “Se eles quisessem me ouvir era só chamar que eu iria por que não devo e não temo (..) O que vale mais é o show midiático do que a apuração séria, responsável, que deve ser feita pela Justiça, pela polícia, pelo Ministério Público”, disse Lula.

No seu pronunciamento, Lula afirmou que o comportamento dos investigadores é “muito grave”. Ele disse que já havia prestado esclarecimentos: “em 5 de janeiro, suspendi minhas férias para prestar depoimento em Brasília”, disse ele, que ressaltou ainda que não está desanimado após os acontecimentos de hoje. “Eles acenderam em mim a chama de que a luta continua”, completou.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.