“Tipo lasanha”: operador explica como era o pagamento de propina de construtora

Segundo ele, em cada viagem era usada apenas uma mala, que levava quantidades entre R$ 150 mil e R$ 170 mil

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O empresário Adir Assad decidiu confessar pela primeira vez nesta quarta-feira (9) que cometeu crimes de lavagem de dinheiro para empreiteiras. Segundo ele, os repasses dos valores para a construtora Delta eram feitos em malas “tipo lasanha”, ou seja misturados a papéis e roupas, distribuídas em camadas.

Segundo ele, em cada viagem era usada apenas uma mala, que levava quantidades entre R$ 150 mil e R$ 170 mil, em um esquema que durou pelo menos dois anos. “A Delta que montou este esquema de transporte e que montou este grupo. Eles montaram um departamento só para pegar esse dinheiro e entregar. Esse grupo era pago com uma porcentagem do dinheiro”, disse ele.

Ele admitiu também que “movimentou,  R$ 1,7 bilhão em propina, entre 2008 e 2011, por meio de contratos fictícios ou superfaturados com empreiteiras”. O valor investigado na operação Irmandade é de cerca de R$ 300 milhões. A audiência foi acompanhada pela imprensa.

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Preso desde 2015, por uma condenação do juiz Sérgio Moro relativa à Operação Saqueador, Adir Assad prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

O empresário afirmou que o negócio da venda de notas começou em 2008 e durou até 2011, quando foi deflagrada a Operação Saqueador, na qual foi preso o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Segundo Assad, o esquema repassou R$ 30 milhões “para abafar” uma CPMI no Congresso Nacional. 

Também prestaram depoimento hoje como investigados da Operação Irmandade os sócios de Adir Assad: seu irmão Samir Assad e Marcelo Abbud, um amigo de infância. Os três negaram ter tido qualquer contato ou contrato direto com a Eletronuclear ou dirigente da estatal.

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Nenhum deles soube citar nomes de diretores ou políticos que teriam recebido dinheiro do esquema, mas Adir Assad explicou que “os contratos fictícios começaram nas obras da Linha 4 do metrô de São Paulo, para repasse de propina a políticos do governo do estado, do PSDB, e que os repasses para a Eletronuclear seriam a maior parte para o PMDB e uma parte pequena para o PT”. 

(Com Agência Brasil)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.