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SÃO PAULO – A revista britânica The Economist analisou o atual cenário político brasileiro, destacando que boa parte de deputados, senadores e ministros está envolvida em denúncias de corrupção e que, para atender às reivindicações populares por mais transparência e honestidade, é o próprio Congresso – formado por alvos das investigações – que conduzirá a reforma política.
A reportagem destaca que dezenas de políticos graúdos podem “atingidos” pela Lava Jato antes mesmo das eleições de 2018 e que isso poderia levar a uma “reforma política sem anestesia”, como classificou um ministro do governo Temer.
Na avaliação da publicação inglesa, o atual sistema, que permite a criação de partidos com certa facilidade, faz com que o tempo da propaganda eleitoral gratuita na TV e recursos do fundo partidário sejam utilizados como moeda de troca em esquemas de corrupção.
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Como o poder Judiciário não é capaz de alterar as regras que regem as eleições e o sistema político atual, vai caber aos próprios políticos mudar o sistema em que estão inseridos. A revista projeta que, se a Câmara aprovar uma emenda constitucional que barre os partidos “nanicos” até outubro, a regra já esteja valendo para as eleições de 2018 e, em última instância, resulte na diminuição do atual nível recorde de fragmentação do Congresso.
“O próximo Congresso – menos fragmentado e mais honesto – poderia, então, fazer alterações adicionais, incluindo a divisão das unidades representadas de Estados para distritos”, diz o texto, que reconhece que a alternativa da lista fechada já foi rechaçada pelos parlamentares na “minirreforma política” de 2015, mas que o tema voltou aos holofotes neste ano.
Segundo a The Economist, o fato de os protestos de rua de março terem registrado manifestações contrárias à lista fechada já é um sinal promissor. “É uma boa notícia que o assunto oculto da reforma política tenha chegado às ruas. Isso significa que ela pode de fato ocorrer”, conclui o texto.
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