The Economist compara “volta à vida” dos políticos brasileiros com a dos zumbis

Revista britânica ressalta em artigo políticos que resistem na vida política do país apesar de escândalos de corrupção

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – “BRASILEIROS! Vocês foram feitos de bobos!” Assim, fazendo analogia à uma petição para retirar Renan Calheiros do Senado, começa um artigo da revista britânica The Economist, que no último sábado (16), comparou alguns políticos brasileiros a zumbis, alegando que por mais que tomem golpes em denúncias de corrupção, continuam “voltando à vida” política.

O personagem central do artigo é o presidente do Senado, Renan Calheiros, que sobreviveu a inúmeras acusações de corrupção e ainda assim conseguiu o cargo em fevereiro deste ano. “Calheiros é o mais recente exemplo de um fenômeno comum no Brasil: o político que consegue sobreviver a inúmeras pancadas aparentemente fatais”, diz o artigo.

Políticos condenados “voltam à vida”
A revista cita alguns episódios de Calheiros, o julgamento do mensalão e Paulo Maluf, que foi condenado por superfaturamento durante seu mandato na prefeitura de São Paulo. Sobre o ex-prefeito, hoje no Congresso há mais de 6 anos, o artigo comenta que o termo “malufar” é utilizado como sinônimo de “roubar de fundos públicos”.

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Segundo a publicação, um terço dos políticos brasileiros em atuação ou foram condenados ou estão sendo investigados por diversos crimes não só políticos, chegando até a assassinato e manutenção da escravidão.

Esperança na opinião pública
Apesar de dizer que muitos brasileiros sentem-se satisfeitos em votar novamente em políticos condenados, a revista traz um sopro de esperança ao destacar a petição online pedindo o impeachment de Calheiros, que em pleno sábado de Carnaval, enquanto alguns brasileiros sambavam, registrava 1,36 milhões de assinaturas, que representa 1% dos eleitores brasileiros e é suficiente para levar a petição ao Congresso.

A Lei da Ficha Limpa, que proíbe um acusado de crimes políticos ou não de candidatar-se em eleições públicas por 8 anos também é vista com otimismo pela revista, apesar de ter sido manobrada para entrar em vigor apenas após as eleições de 2010.

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A figura do juiz Joaquim Barbosa, presidente da Suprema Corte, que impôs severas penas aos acusados de mensalão, também foi lembrada, citando a simpatia que o juiz despertou na população, incluindo na confecção de máscaras de Carnaval com seu rosto. A revista destaca ainda que muitos acreditam que as penas para os envolvidos somente foram duras pelo fato de o julgamento ter sido televisionado ao vivo.

O artigo termina com uma pontada de esperança. “Os brasileiros ainda têm esperança de que os políticos zumbis possam ser colocados para descansar.”

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