The Economist chama Haddad de moderado e aponta que “ele é o único que pode deter Bolsonaro”

Segundo a revista, se Bolsonaro vencer mesmo a eleição, será em grande parte porque os eleitores "desprezam" o PT

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Como tem sido cada vez mais comum, a eleição brasileira voltou a ser tema de matéria da The Economist na edição desta semana, desta vez com um texto focado no candidato petista ao segundo turno, Fernando Haddad. 

Sob o título “O único homem que pode evitar que Bolsonaro seja presidente do Brasil”, a revista britânica aproveita também para criticar o candidato do PSL e líder em todas as pesquisas. Segundo a matéria, se o deputado vencer mesmo o pleito, será em grande parte porque os eleitores “desprezam” o PT.

“O nojo do PT, que governou o Brasil de 2003 a 2016, é justificado”, reconhece a Economist explicando que apesar dos primeiros anos, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, a economia ter crescido e a pobreza diminuído, o governo Dilma Rousseff “foi um desastre”. “Sua má administração da economia ajudou a causar a pior recessão do Brasil. Corrupção em grande escala veio à luz através das investigações Lava Jato”, lembra a publicação.

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“Mas o antipetismo é anterior à Lava Jato, que também contaminou outros grandes partidos. A rejeição de sua ideologia esquerdista, que é legítima, é às vezes tingida de esnobismo”, continua a matéria. Citando frases de Bolsonaro, o texto diz que, dada uma segunda chance ao PT, o Brasil poderia se transformar em uma Venezuela.

Ainda segundo a Economist, “em comparação com Bolsonaro, que insulta grupos minoritários e gosta de ditadores desde que sejam de direita, Haddad é uma figura reconfortante. Embora seu partido se incline para a esquerda, ele é um moderado”.

A publicação ainda destaca os feitos do petista em sua gestão na prefeitura de São Paulo, com redução do déficit orçamentário da cidade e garantia de grau de investimento. Por outro lado, a revista lembra que ele irritou os motoristas ao criar muitas ciclofaixas. Apesar de seu histórico, foi a transferência de votos de Lula que conseguiu levar Haddad para o segundo turno.

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Citando um manifesto do PT quando Lula ainda era candidato, a matéria diz que o partido “sugere que gastos excessivos com aposentadorias, a maior ameaça à estabilidade econômica, serão resolvidos pelo crescimento econômico e pelos benefícios para os funcionários públicos (isso não acontecerá)”.

Ainda na área econômica, a publicação destaca a proposta de reversão da reforma trabalhista de Michel Temer, além de empréstimos de bancos estatais. “Isso exigiria que o Banco Central visasse tanto o emprego quanto a inflação. Propõe, ameaçadoramente, uma assembléia constituinte para revisar a constituição”, alerta.

Por fim, o texto ressalta a mudança de postura de Haddad, que trocou o vermelho do PT pelo verde e amarelo da bandeira, caminhando para o centro e mudando algumas propostas de seu partido.

Mas Haddad e o PT provavelmente deixaram para tarde demais para convencer os brasileiros de que aprenderam com seus erros. Como resultado, o Brasil está pronto para eleger um presidente que representa uma ameaça real à jovem democracia do país”, conclui a Economist.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.