Tensões na Ucrânia, pesquisa Ibope e inflação agitam a próxima semana

Após queda de avisão da Malaysian Airlines, mercado segue de olho nas declarações dos EUA e Rússia sobre a situação; semana também marca início da temporada de resultados

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar da altas dos mercados no Brasil e nos EUA, a semana termina com muita cautela em todo mundo após a queda do avião da Malaysia Airlines na fronteira entre Ucrânia e Rússia, além do ataque por terra de Israel na faixa de Gaza. Diante disso, o momento é de atenção sobre possíveis conflitos nessas duas regiões. Por aqui, a semana começa com uma repetição de cenário: os investidores atentos à pesquisa eleitoral, desta vez feita pelo Ibope.

Na quinta-feira, um avião com 298 passageiros caiu na Ucrânia e acentuou a tensão na região. Os russos acusaram os ucranianos de derrubarem a aeronave, enquanto o presidente da Ucrânia chegou a falar em ato terrorista. Nesta tarde, o presidente dos EUA, Barack Obama, confirmou que um míssil disparado de uma aérea controlada por rebeldes pró-Rússia foi a causa da queda do avião.

Tudo isso ocorreu apenas um dia após os EUA anunciarem novas sanções à Rússia, dizendo que o país não foi capaz de colaborar para a paz na região. Durante o fim de semana, novas informações devem surgir sobre o caso, que está sendo investigado por autoridades internacionais. Diante disso, diversos riscos acabam pesando para os mercados, incluindo o anuncio de novas sanções dos EUA à Rússia.

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Apesar das tensões, os analistas do Banco Espírito Santo acreditam que a próxima semana pode ser de algum alívio enquanto os líderes dos países tentam encontrar soluções diplomáticas. Porém, eles não acreditam em uma melhora na liquidez de ativos de alto risco, que ontem dispararam com o acidente na Ucrânia.

Ainda no cenário externo, a semana contará com a preliminar do PMI da indústria na China. No início do mês, o gigante asiático surpreendeu positivamente o mercado ao mostrar um PIB (Produto Interno Bruto) e uma atividade industrial bem mais fortes que o esperado. A China é um dos maiores mercados do mundo e é bastante relevante para empresas de commodities, como a Vale (VALE3; VALE5) e siderúrgicas.

Eleições, juros e inflação agitam o Brasil
A semana na agenda doméstica começa com duas pesquisas eleitorais. A primeira será divulgada no sábado e foi encomendada pelo Instituto Sensus, enquanto a segunda, feita pelo Ibope, deve ser apresentada no Jornal Nacional, da Rede Globo, na terça-feira (22). Ambas as pesquisas ganham ainda mais importância após o Datafolha ontem mostrar um empate entre Dilma Rousseff e Aécio Neves em um possível segundo turno.

Ainda na terça, será apresentado o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), que serve como uma prévia da inflação – o indicador é calculado da mesma forma que o IPCA, mas com a apuração entre os dias 15 de cada mês. Para a equipe da Rosenberg Associados, o indicador deve recuar para 0,22% – ante 0,47% em junho. Porém, a taxa em 12 meses deve continuar em ritmo de elevação, chegando a 6,57%.

Na quinta-feira, será a vez da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que nesta semana decidiu manter novamente a Selic em 11% ao ano. Para os analistas da Rosenberg, assim como o comunicado da reunião, esta ata não deve trazer grandes novidades. Possivelmente o Banco Central irá manter um discurso indicando a manutenção dos juros, possivelmente até o final do ano.

A próxima semana também marca o início da temporada de resultados corporativos, com a Localiza (RENT3) iniciando o período na segunda-feira. No total, até o momento já estão programados 10 balanços entre 22 e 25 de julho, com destaque para Lojas Renner (LREN3), Pão de Açúcar (PCAR4), Usiminas (USIM5) e Hering (HGTX3).

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.