Tensões crescem entre Coreias e Pyongyang ameaça ação militar a vizinho do sul

Relações entre os países estão totalmente rompidas; Ban Ki-moon pressiona Conselho de Segurança a ''tomar medidas adequadas''

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SÃO PAULO – O clima de tensões entre as Coreias volta a crescer nesta terça-feira (25), após ameaças oficiais do governo de Pyongyang de uma ação militar em resposta à suposta invasão de suas fronteiras marítimas. Há pouco, a Coreia do Norte também anunciou o rompimento total de suas relações com seu vizinho do sul.

De acordo com a agência estatal sul-coreana Yonhap, o Comitê da Reunificação Pacífica da Coreia informou ainda que Pyongyang também irá expulsar todos os sul-coreanos que trabalham em um parque industrial conjunto na cidade fronteiriça de Kaesong.

Já em mensagem divulgada na KCNA, um militar não identificado do exército de Kim Jong-il afirmou que “dúzias de navios de guerra” sul-coreanas entraram em águas norte-coreanas do Mar Amarelo entre 14 e 24 de maio, em “uma provocação deliberada” por parte do governo da Coreia do Sul cujas intrusões, caso prossigam, poderão provocar “medidas militares práticas”.

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Torpedo teria ocasionado naufrágio
Investigações concluídas na última quinta-feira revelaram que o navio de guerra sul-coreano “Cheonan”, que naufragou em 26 de março, teria sido atingido por um torpedo disparado por submarino norte-coreano perto da fronteira marítima entre os dois países no Mar Amarelo, acusação negada por Pyongyang.

O afundamento da embarcação ocasionou a morte de 46 de 105 de seus tripulantes a bordo, no incidente mais grave na região desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.

Após a divulgação do resultado das investigações, o governo de Seul anunciou manobras militares anti-submarinos a serem conduzidas na próxima quinta-feira em sua costa ocidental, com a participação de dez navios de guerra. Na última segunda-feira, os EUA anunciaram que tomarão parte na condução de exercícios navais com a Coreia do Sul.

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As relações comerciais entre os dois países foram cortadas e o presidente sul-coreano Lee Myung-bak exige também um pedido oficial de desculpas por parte de Pyongyang.

Repercussão internacional
O incidente vem provocando grande repercussão no âmbito internacional. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), pressionou o Conselho de Segurança para que “medidas adequadas à gravidade da situação” sejam devidamente tomadas.

“Minha esperança é que isso vá ser tratado pelo Conselho. Deve haver algum passo importante a ser tomado. As provas são bastante persuasivas, não há controvérsia”, afirmou Ki-moon, em entrevista coletiva realizada na última segunda-feira na sede da ONU em Nova York.

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Analistas, no entanto, acreditam que uma resolução mais enérgica por parte do Conselho de Segurança seja improvável. Afinal, um de seus membros permanentes, a China, vem se mostrando bastante relutante em adotar uma postura ativa na resolução do conflito.

Nesta terça-feira, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, despede-se de Beijing após dois dias de intensas reuniões com o governo chinês, mas sem muitos resultados concretos. “A China tomará um período de intensa reflexão para determinar o melhor modo de lidar com a Coreia do Norte em resposta ao incidente”, afirmou Clinton.

No entanto, segundo reportagem do The New York Times, porta-vozes chineses sequer mencionaram o nome da Coreia do Norte no decorrer das reuniões. Dai Bingguo, conselheiro de política externa do governo chinês, disse que “a comunidade internacional deve calmamente lidar com a situação e evitar uma escalada das tensões”.

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Guerra da Coreia
Ocorrida entre junho de 1950 e julho de 1953, a Guerra da Coreia dividiu a península em dois países: Coreia do Sul e Coreia do Norte, separados por uma zona desmilitarizada de cerca de quatro quilômetros entre os dois. Desde então, a relação entre as duas Coreias é bastante sensível, frequentemente marcada por momentos de tensão. Cabe ressaltar que a Coreia do Norte não reconhece as demarcações de fronteiras marítimas traçadas ao fim da Guerra.

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