Tensão nos mercados: dados reduzem apostas de novo corte na Fed Funds

Indicadores dos EUA mostram pressões inflacionárias crescentes e atividade econômica em situação melhor do que a prevista

Juliana Pall Farias

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SÃO PAULO – O mau humor que toma conta dos mercados nesta sessão reflete o desencadear do cenário de incertezas frente à evolução da economia norte-americana e os novos rumos da crise subprime.

Na terça-feira, a decisão do banco central dos EUA de reduzir em 25 pontos-base a Fed Funds Rate e a taxa de redesconto desagradou parcela do mercado, penalizando as bolsas de todo o mundo. Porém, ficou no ar a percepção de que novos cortes estariam por vir.

Um dia depois, o anúncio de uma ação conjunta do Fed com outros bancos centrais trouxe alívio momentâneo ao humor dos investidores, mas a percepção de que a medida não seria suficiente para estancar a crise nos mercados globais reforçou o pessimismo presente na esfera de negócios.

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Fechando o quadro econômico, os indicadores divulgados na quinta-feira (13) e nesta manhã nos EUA diminuem as apostas de que o Federal Reserve encontre espaço para maior flexibilização monetária.

Mercados no vermelho

Na última sessão, foram divulgados o Retail Sales e o Producer Price Index, ambos referentes a novembro. O primeiro apontou um crescimento maior do que o esperado nas vendas no varejo norte-americano. Já o segundo, surpreendeu ao mostrar alta nos preços superior às estimativas.

Nesta sexta-feira a pressão sobre a inflação foi confirmada com o CPI marcando uma aceleração nos preços superior à esperada por analistas. Adicionalmente, o Industrial Production mostrou desempenho da atividade industrial superior às expectativas.

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A interpretação conjunta destes dados não poderia ser mais negativa, já eleva os riscos das pressões inflacionárias pesarem sobre as próximas decisões do Fed. O desapontamento dos investidores se reflete no desempenho das bolsas norte-americanas e européias, movimento acompanhado também pelo Ibovespa. “O mercado reagiu mal à divulgação do CPI, ampliando as perdas nas bolsas e reduzindo a aposta de corte de 0,25 pontos percentuais dos Fed Funds em janeiro de 100% para 84%, o que amplia o estresse do mercado” explica a Arkhe Corretora.

E agora?

“Como o PPI ontem [13 de dezembro], o CPI é o foco das preocupações do Federal Reserve e a união de preços em alta com atividade econômica em crescimento, mesmo que moderado, faz com que a manutenção do processo de afrouxamento monetário perca ainda mais força”, explica Jason Freitas Vieira, economista-chefe da Uptrend Consultoria Econômica.

Os dados de atividade trazem o mesmo sinal aos mercados. “Juntamente com o Payroll, produtividade e vendas ao varejo, o Industrial Production é mais um derradeiro indicador macroeconômico na direção oposta de um novo corte de juros nos EUA”, completa o economista.

Apesar de compartilhar da opinião que os indicadores de preços geram incertezas sobre o desempenho da inflação, a Arkhe Corretora lembra que o PCE (índice de preços relativo aos gastos pessoais dos consumidores americanos), mantém um nível anualizado de inflação compatível com as expectativas do Fed, podendo sustentar novos ajustes do juro básico norte-americano na próxima reunião do colegiado.

Assim como há ressalvas para os sinais de pressões inflacionárias, a corretora Ativa alerta que ainda é cedo para celebrar os dados, a princípio positivos, do Retail Sales, já que as defasagens da crise de crédito são longas e podem tardar a atingir a economia norte-americana.

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