“Tenho birra homérica” de Dilma, diz CEO da Andrade Gutierrez, que dispara: “Brasil pensa pequeno demais”

De acordo com Ricardo Sena, que preside a companhia, o governo Temer está indo bem e aponta que as reformas são vitais para o Brasil

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista para a Folha de S. Paulo no último domingo, o presidente da Andrade Gutierrez afirmou que não gosta do PT, mas que tem “birra homérica” da ex-presidente Dilma Rousseff.  Ele refuta, contudo, que seja apoiador de Aécio (“Não tenho o menor apreço”). Diz que também não gosta de Michel Temer (“Não acho ruim, mas sou da turma dos decepcionados”).

Sena  apareceu na Lava Jato, não por irregularidades, mas numa troca de mensagens entre executivos do grupo, em que reclama da vitória da petista em 2014, quando derrotou o tucano Aécio Neves. 

Ao ser perguntado sobre a troca de mensagens, Sena respondeu à Folha: “meu comentário foi: ‘vergonha de ser mineiro'” (Dilma foi vencedora em 2014 em Minas Gerais contra Aécio) . “. Se eu gosto do PT? Não gosto. Porque não gosto desses esquerdismos populistas, aqui e em lugar nenhum. Não gosto de ninguém que entra por esse lado. Não tenho interesse político, mas acho que não constrói país. Não tenho nada contra a agremiação PT. Não sou partidário. Não gosto é do jeito de pensar. Mas eu tinha mesmo uma birra homérica da Dilma. É só ver ela falar francês. Eleger um troço desse não dá. Eu tinha que ficar com vergonha da minha terra [Minas Gerais]. Aí você vai me perguntar se eu gosto do Aécio [Neves]. Não tenho o menor apreço”, afirmou.

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De acordo com Sena, o governo Temer está indo bem e afirma que as reformas são vitais para o Brasil. Por outro lado, destacou: “a gente vê passeata… O Brasil pensa pequeno demais. Isso me dá uma tristeza. Tem que fazer uma conta matemática. A conta não fecha. Você vai privatizar a Cedae [companhia de água do Rio], os caras param a cidade. E o cidadão que se locupleta [diz]: vai acabar com a minha boquinha, não. Você paga os maiores salários e tem o pior serviço e apoia. Por quê? Porque é contra a privatização. Exatamente o que quer dizer isso? Nem sabe. Esse tipo de coisa que eu não gosto”.  

De acordo com ele, a economia tem reagido bem, mas o lado político é interrogação. “Fico pensando que o Temer, de um jeito ou de outro, aos trancos e barrancos, vai chegar ao fim. Acho que botou na cabeça que precisa fazer um governo reformista porque, senão, vai entrar para a história como? Só porque tirou a Dilma? Se for isso, vai ficar mais é como golpe. Ele vai fazer pressão enorme para passar as reformas. Se for feito, o país retoma certo rumo”, apontou. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.