Tempestade, eleição e por que Venezuela não é aqui: o que 3 economistas pensam sobre Brasil

Em evento, Delfim Netto, Luiz Carlos Mendonça de Barros e Zeina Latif debateram sobre cenário econômico e destacaram desafios para a economia brasileira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A tempestade perfeita não veio por sorte, e isso não é necessariamente bom para o Brasil. Enquanto isso, a ameaça de que ela viria e os temores de que agências de classificação de risco rebaixassem o rating brasileiro fizeram com que o governo agisse em meio ao cenário de problemas, mesmo que a Standard & Poor’s no final de março rebaixasse o País mesmo assim. E o cenário, apesar de grandes desafios, ainda há um certo otimismo, “cauteloso”, para a economia brasileira. 

São estas as sinalizações de três economistas que participaram de debate na XP Expert 2014, em Atibaia (SP). Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e fundador da Quest Investimentos, o ex-ministro da fazenda Delfim Netto e a economista-chefe da XP Investimentos Zeina Latif traçaram cenários para a economia brasileira. 

Em meio ao debate eleitoral esquentando, Delfim destacou a sua tese sobre o equilíbrio entre urna e mercado, que também será uma marca nessas eleições. “Quando a urna é muito distributivista, o mercado vem e corrige, e quando o mercado é muito ‘mercadista’, a urna vem e corrige também”. Já Mendonça de Barros reforçou que está se formando uma nova sociedade no Brasil e o discurso do PT – de que votar em outros partidos poderá significar a perda das últimas conquistas sociais -, será testado. 

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Enquanto isso, Zeina Latif destaca que, apesar de algumas melhoras pontuais, o cenário que se desenha ainda é bastante ruim.  Para Zeina, houve erros políticos tremendos, que são mais graves até que o chamado assistencialismo através do Bolsa-Família, citando o exemplo da chamada “bolsa-empresário” e o uso do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para ajudar o empresariado. 

Chama atenção ainda o debate sobre o porque o Brasil “não virará a Venezuela”. Para Delfim, o País não vira a “terra de Hugo Chávez” principalmente por conta do pacto social devido à Constituição de 1988, que foi um marco. “O Brasil está em um outro nível”, afirmou.

Porém, Mendonça de Barros ressaltou uma tese um pouco mais controversa sobre por que “a Venezuela não é aqui”: “o Brasil nunca vai virar a Venezuela porque tem o PMDB”, afirmou, referindo-se ao partido de centro que faz parte do governo independentemente do partido que entra no poder.

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Mesmo em meio às polêmicas em relação ao partido, como denúncia de corrupção e fisiologismo (relação de poder político em que ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores), o partido de certo modo assegura que não haverá uma guinada para a extrema esquerda no País. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.