“Temos tudo para barrar o impeachment na Câmara ainda”, diz Jaques Wagner

O discurso do ministro-chefe da Casa Civil se dá no momento mais delicado para Dilma no poder desde a reeleição em outubro de 2014

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – As manifestações de domingo não mudaram o discurso do governo sobre a pauta do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista a jornalistas, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que os 172 votos mínimos necessários para derrubar o pedido de afastamento da petista estão garantidos.

“Temos tudo para barrar o impeachment na Câmara ainda. Teremos os 172 votos necessários”, afirmou. O discurso se dá no momento mais delicado para Dilma no poder desde a reeleição em outubro de 2014. Além das manifestações de domingo, que reuniram cerca de 3,6 milhões de manifestantes pelo país segundo a Polícia Federal, o possível desembarque do principal partido da base aliada, o PMDB, preocupa os governistas.

Em convenção nacional, a legenda deixou a decisão final para a Executiva Nacional em até 30 dias, mas já aprovou o impedimento para filiados assumirem pastas do Executivo. “O PMDB não decidiu ficar ou não no governo”, ponderou Wagner na conversa com jornalistas.

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Como ferramenta discursiva contrária às ofensivas pelo afastamento da presidente, Wagner defende que o caso da petista é diferente do de Collor e afirma que o impeachment “paralisa o país por mais 120”, o que poderia culminar no desperdício do ano político, sobretudo em um momento de crise.

Sobre as manifestações, Wagner reconheceu a legitimidade e expressão dos atos e disse que elas devem ter animado a oposição. No entanto, ele reitera que os dividendos dos protestos tampouco foram ganhos por eles. “Quem achou que ia dar uma faturada não conseguiu”, disse, em referência às vaias recebidas por lideranças como os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin.

Na avaliação do ministro, houve um pouco de negação de política ontem, o que precisa ser observado com atenção. “A negação da política é uma coisa perigosa. A bandeira que deveria ser levantada é a da reforma política. Não me parece razoável que tenha 30 e tantos partidos”.

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Outro assunto tratado por Jaques Wagner durante sua coletiva foi o semipresidencialismo, que passou a ser discutido no Congresso em meio à fragilidade do atual governo. Na avaliação dele, após plebiscito, o presidencialismo virou cláusula pétrea, o que exige que apenas outro plebiscito suplante o anterior.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.