Temores de colapso na gestão econômica do Brasil aumentam, afirma FT

"Estes não são tempos normais na maior economia latino-americana", afirma a publicação britânica

Lara Rizério

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SÃO PAULO – “As brigas políticas na rua podem até ser comuns em algumas partes da América Latina mas, até esta semana, eram incomuns no Brasil. No entanto, estes não são tempos normais na maior economia latino-americana”. É o que afirma o Financial Times, destacando que muitos analistas temem que o consenso político sobre a forma do governo gerir a economia está colapsando.

O FT lembra que, no mesmo dia em que a Polícia estava usando gás lacrimogêneo para dispersar apoiadores e opositores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na frente do fórum da Barra Funda, em São Paulo, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou o rating soberano de BB+ para BB, após já ter rebaixado o País para grau especulativo em setembro de 2015.

Depois de atingir um crescimento econômico de 7,5% em 2010, o último ano dos oito de Lula no cargo, a economia foi para baixo e, agora, a S&P espera uma contração do PIB de 3% este ano. O FT ressalta que Lula surpreendeu os mercados ao manter o chamado tripé macroeconômico – baseado em metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. 

“Dilma, no entanto, mudou para um modelo liderado pelo Estado quando assumiu o cargo em 2011 – reprimindo a inflação por meio de controles de preços e intervindo diretamente no câmbio e na taxa de juros. O experimento fracassou com a economia entrando em queda livre, a inflação em alta e a piora das finanças públicas”, afirma o jornal. Quando ela tentou reverter as suas políticas com a nomeação de um “falcão fiscal”, Joaquim Levy, como ministro da Fazenda, o PT se rebelou contra seu programa de austeridade e Levy se demitiu em dezembro.

Seu substituto, Nelson Barbosa, disse em resposta ao rebaixamento que o governo está trabalhando em reformas e destacou que está certo de que a mudança na avaliação é temporária. “Poucos analistas, no entanto, acreditam que o Congresso rebelde do Brasil vai apoiar a maioria das medidas, em particular com a oposição apoiando o pedido de impeachment de Dilma Rousseff”. 

Segundo o FT, a maioria dos analistas acredita que o governo perdeu o controle de dois dos elementos mais importantes do tripé – cumprimento de metas de inflação e superávit primário -, enquanto a terceira perna do tripé, a taxa de câmbio flutuante, é apoiada por grandes reservas internacionais do Brasil, dizem alguns economistas. Inclusive, 

Para os economistas, o alívio virá em 2018 com a próxima eleição presidencial, quando um novo governo com um mandato forte para a reforma poderia ganhar. Isso assumindo que a presidente Dilma Rousseff ficaria até lá no poder. 

“A maior âncora que o Brasil tem agora é a noção de que haverá algum tipo de consenso político depois da eleição de 2018”, disse David Beker, economista do BofA Merrill Lynch.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.