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SÃO PAULO – Após a fala de Michel Temer admitindo uma possível derrota sobre a reforma da Previdência repercutir muito mal no mercado e levar a uma queda de 2,55% do Ibovespa, os jornais desta quarta-feira (8) destacam o movimento do governo para tentar salvar o que ainda tem alguma chance de passar frente a proposta original.
Segundo o Valor Econômico, para reduzir resistência do Congresso, o governo discute limitar a reforma à idade mínima enquanto a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, aponta que, além da idade mínima, o governo concentrar seus esforços para salvar a unificação do regime, limitando todas as aposentadorias ao teto pago hoje a trabalhadores da iniciativa privada.
Mas, em meio a essas dificuldades, o jornal O Globo informa que técnicos da equipe econômica aventam a possibilidade de negociar com os parlamentares a exclusão das despesas previdenciárias da regra do teto de gastos em troca da aprovação da reforma. Essa não é uma proposta em discussão entre os ministros, mas, segundo interlocutores do governo, dá uma dimensão da preocupação da equipe. Sem a reforma da previdência, a avaliação de especialistas é de que será impossível cumprir o teto de gastos a partir de 2019.
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De qualquer forma, Temer busca passar a mensagem de que está se esforçando para passar a reforma. Em vídeo divulgado pelo Twitter, o presidente afirmou: “quero transmitir a ideia de que toda a minha energia está voltada para concluir a reforma da Previdência”, disse o presidente, pedindo ainda que as pessoas usassem seus tempos livres para divulgar que a reforma é “fundamental”. Como parte desse esforço, Temer reúne-se hoje às 9h30 com deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara; Henrique Meirelles, ministro da Fazenda; Marcelo Caetano, secretário de Previdência da Fazenda; deputado Arthur Maia (PPS/BA), relator da reforma da Previdência, e Carlos Marun (PMDB/MS), vice-líder do PMDB na Câmara.
Além disso, na reunião com líderes da base aliada, Henrique Meirelles (Fazenda) lembrou que, sem qualquer reforma, o governo terá que cortar mais R$ 50 bilhões em 2018, diz a coluna Painel, da Folha. Segundo a coluna, o ministro não foi explícito, mas deu a entender que novo aperto no Orçamento atingirá em cheio as emendas parlamentares e os convênios com prefeituras – pilares de sustentação das campanhas a reeleição dos deputados.
Em meio a esses movimentos, há alguma chance de aprovação da reforma (mesmo a super enxuta)? Segundo a LCA Consultores, há sim alguma chance de aprovação na Câmara de uma proposta mais branda. Mas, principalmente se o governo atender o pleito de reforma ministerial, defendido por alguns partidos da sua base parlamentar.
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Neste sentido, o jornal O Estado de S.Paulo informa que, com a ameaça de deputados do Centrão de obstruir votações na Câmara e os sinais de desembarque dados pelo PSDB, o presidente Michel Temer avalia antecipar para janeiro de 2018 a reforma ministerial, a princípio prevista para abril, quando candidatos às eleições terão de deixar os cargos. Auxiliares do presidente dizem que o governo não vai ficar refém do bloco formado por partidos médios, como PP, PR e PTB, mas está à procura de uma solução para o impasse.
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