Temer prepara estratégia para isolar Lula nas eleições

Auxiliares do presidente acreditam que petista poderá ter seu nome nas urnas, e governo planeja ofensiva contra a oposição

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Com uma necessária reforma ministerial na manga, devido ao fato de boa parte dos atuais ocupantes da Esplanada terem a intenção de disputar as próximas eleições e a legislação impedir a permanência no comando de pastas a partir de abril, o Palácio do Planalto já arma uma estratégia para ampliar sua influência no processo de sucessão do presidente Michel Temer e dificultar a vida da oposição.

Conforme noticia o jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira (18), o governo vai condicionar a manutenção dos partidos no comando de ministérios ao apoio a um candidato que tenha aval do governo para a disputa à presidência e represente uma espécie de anti-Lula. A ideia seria aproveitar a reforma ministerial, que o emedebista pretende aplicar em março, para construir uma ampla aliança de centro, com tempo de televisão e palanques país afora. Estima-se que, no mínimo, 13 dos 28 ministros devem deixar seus cargos até 7 de abril, para disputar as eleições.

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Até o momento, nenhum dos potenciais nomes para o centro governista consolidaram suas candidaturas. Conforme pontuam analistas políticos, este seria um dos principais riscos eleitorais para tal espectro político, uma vez que pode suscitar uma fragmentação que favoreceria os polos. Contudo, as expectativas do governo é que até março, para quando estão previstas as trocas na equipe, esteja claro quem será o nome avalizado pelo Planalto e que aglutinará os atuais partidos da base aliada.

A despeito do índice de reprovação recorde, o presidente Michel Temer deverá exercer papel central na disputa por sua sucessão, e a centro-direita deverá ter um representante competitivo neste processo. Essa é a avaliação de Richard Back, analista político da XP Investimentos. “Temer é importante. Até temos brincado que ele vai ser o posto Ipiranga neste ano: todo mundo em algum momento tem que passar para abastecer, mas ninguém tira foto e posta na rede social. Muita gente vai evitar aparecer com Temer, mas todo mundo tem que passar por ele em algum momento”, observou em entrevista ao InfoMoney. Para ele, caso o governismo caminhe junto e não cometa grandes equívocos, dificilmente não ocupará uma das vagas para o segundo turno das eleições presidenciais.

De acordo com a reportagem d’O Estado de S. Paulo, auxiliares de Temer avaliam que, mesmo que Lula seja condenado na próxima quarta-feira (24) pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), seu nome pode estar na urna, em razão de recursos judiciais. Tal leitura ensejaria uma ofensiva do governo contra a oposição, evitando a perda do controle sobre o processo eleitoral.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.