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SÃO PAULO – Convencido de que o presidente Michel Temer será absolvido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o governo já prepara o dia seguinte após a votação no Tribunal, afirma a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Os ministros já estudam dar demonstração de força no Congresso de forma a enterrar de vez qualquer chance de investigar o presidente.
A primeira providência seria derrotar o procurador-geral Rodrigo Janot no parlamento. Janot deve oferecer denúncia contra o presidente mas, para que ela prossiga, é preciso autorização de dois terços da Câmara dos Deputados (ou 342 votos). O governo acredita que derruba a iniciativa com cerca de 250 votos.
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A terceira e última batalha seria derrotar no voto eventual recurso de algum deputado de oposição pedindo que as propostas de impeachment contra Temer tramitem na casa. Isso evitaria que novos pedidos voltassem a tramitar, ao menos no médio prazo. Vencidas essas “batalhas”, Temer falaria à nação e pediria trégua para se dedicar exclusivamente a governar.
“Fatos novos”
Por outro lado, a coluna Painel da Folha e o jornal O Estado de S. Paulo apontam que tanto o mercado quanto o governo temem “fatos novos”. Conforme destaca a coluna Painel, a projeção da absolvição de Michel Temer no TSE não animou operadores do mercado financeiro. A avaliação é de que a vitória de Temer evita que o “país caia no escuro” no curto prazo. Porém, não impede a deterioração do quadro econômico. Além disso, especula-se fortemente sobre as delações que estão no radar, com especial atenção para a do ex-ministro Antonio Palocci à frente. “Gestores do exterior sondam bancos no Brasil sobre possíveis citações. Menções a instituições de médio e grande porte poderiam derrubar de vez a economia, dizem”, aponta a coluna. O Estadão, por sua vez, também destaca a avaliação de ministros de que Temer não terá o mandato cassado pelo TSE, mas que isso não significa que a crise política será resolvida. Por sinal, ela ainda está longe de seu desfecho. Além da provável denúncia de Janot, no radar do Planalto está a possível delação do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures. Somado a isso, circulam rumores de que pessoas próximas a Temer podem ser presas por envolvimento nas investigações da Lava Jato e que novas conversas consideradas comprometedoras sejam divulgadas. Outro fator que aumentou a pressão sobre o Planalto foi a divulgação de que o dono da JBS, Joesley Batista, entregou à Procuradoria-Geral da República um diário de voo mostrando que Temer e sua mulher, Marcela, viajaram em 2011 em um jatinho pago pela empresa para Comandatuba e Porto Alegre. Ontem, o Palácio do Planalto recuou e divulgou nota na qual confirmou a viagem do então vice-presidente Michel Temer no jatinho particular. A nota, no entanto, diz que Temer não sabia de quem era a aeronave.
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