Temer negociou propina de US$ 40 milhões para PMDB, afirma delator; presidente nega

No encontro, teria se acertado o pagamento de US$ 40 milhões de propina relativos a 5% de um contrato da empreiteira com a Petrobras

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Márcio Faria da Silva, um dos ex-executivos da Odebrecht, afirmou em sua delação premiada que o presidente Michel Temer comandou em 2010, quando era candidato a vice-presidente, reunião em São Paulo em que se acertou o pagamento de US$ 40 milhões de propina relativos a 5% de um contrato da empreiteira com a Petrobras. O encontro teria acontecido no escritório político de Temer em São Paulo, em Alto de Pinheiros, no dia 15 de julho de 2010, às 11h30.

Além de Temer, que se sentou à “cabeceira da mesa”, participaram da reunião Rogério Araújo, outro executivo da Odebrecht, e os então deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN), todos do PMDB, além do lobista João Augusto Henriques, afirma Faria.

O presidente Michel Temer negou, em nota oficial divulgada na noite de ontem (12), ter se reunido com o ex-presidente da Odebrecht Industrial. “O presidente Michel Temer jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria. A narrativa divulgada hoje [ontem]  não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta. O que realmente ocorreu foi que, em 2010, na cidade de São Paulo, Faria foi levado ao presidente pelo então deputado Eduardo Cunha. A conversa, rápida e superficial, não versou sobre valores ou contratos na Petrobras. E isso já foi esclarecido anteriormente, quando da divulgação dessa suposta reunião”, disse a nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.

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Em 2010, Temer era deputado federal e candidato a vice-presidente em chapa com Dilma Rousseff. Eduardo Cunha, também presente na reunião, tentava reeleição para deputado federal. O teor da delação de Márcio Faria foi divulgado por veículos de imprensa em dezembro. As acusações dele fazem parte de uma série de depoimentos prestados por executivos da empreiteira divulgados ontem (12).

“O presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos. Nunca atuou em defesa de interesses particulares na Petrobras, nem defendeu pagamento de valores indevidos a terceiros”, conclui a nota divulgada pelo Palácio do Planalto. Por ser presidente da República, Michel Temer não pode ser investigado por atos anteriores ao mandato em exercício.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.