Temer não será a “fênix saindo das cinzas” mesmo que vença no TSE, diz Eurasia

Presidente terá vencido uma batalha, mas não a guerra, voltando ao dia a dia da política mais enfraquecido, afirma João Augusto de Castro Neves

Bloomberg

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(Bloomberg) — Se TSE absolver Temer, presidente terá
vencido uma batalha, mas não a guerra, voltando ao dia a dia da
política mais enfraquecido, com vários flancos na sua base de
apoio e vulnerável ao um ciclo de investigação e de noticiário
pesados, diz João Augusto de Castro Neves, diretor do Eurasia
Group para Brasil, em entrevista à Bloomberg.

Veja principais pontos:
* Temer não será a “Fênix saindo das cinzas” se sobreviver ao
TSE; não se fortalecerá a ponto de resgatar apoio que tinha
antes da crise
* Enfrentará investigações pesadas, com foco em parlamentares do PMDB que gravitam ao redor dele, e será alvo também do
noticiário
* Ruas ainda são variáveis secundárias; quem determinará o
futuro de Temer são as elites econômicas, políticas e jurídicas
* Eurasia segue considerando que Temer não chegará ao final do
mandato, embora suas chances melhorem se for absolvido pelo TSE
* Coalizão não será consolidada; alguns partidos já saíram e não
voltam
** Absolvição pode influenciar uma decisão formal de apoio por
outros partidos, mas na prática haverá maior número de
dissidências e isso pode aumentar com aproximação das eleições de 2018
* Melhor cenário para reformas seria o de queda rápida de Temer
por decisão do TSE, com eleição indireta de um novo presidente
que pudesse conduzir reformas
** Maia seria uma solução caseira e o favorito, até por ter a
própria Presidência da Câmara como moeda de troca; Nelson Jobim em segundo lugar
* Pior cenário seria o de queda de Temer postergada por muito
tempo, por exemplo com TSE adiando decisão, e o presidente
sobrevivendo em patamar muito diferente ao anterior e sem
conseguir aprovar reforma da Previdência
* Investidor estrangeiro, menos exposto que o local, observa os
acontecimentos levando em conta que Brasil é grande demais para ser ignorado e que a crise está criando oportunidades para
compra de ativos baratos, além do fato de que país difere de
outros emergentes por estar trabalhando em algumas reformas
econômicas
** “Investidor quer entrar na baixa. Dilema é saber até onde vai
a baixa, mas parece que fundo do poço foi em 2015/2016”
** “Por enquanto sinalização não é de duplo mergulho”
* NOTA: Em 7 de junho, Eurasia disse que, se TSE absolver,
chance de Temer não encerrar mandato cai de 60% para 30%

 

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