Temer mantém posição contrária à CPMF e gera novo atrito com Dilma

Na Polônia, o vice-presidente insinuou não concordar com a volta da cobrança do imposto sobre movimentações financeiras, anunciado pelo governo nesta semana como nova alternativa para o ajuste fiscal

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O vice-presidente Michel Temer insinuou manter posição contrária ao CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), conforme informou o portal Estadão após ouvir o peemedebista nesta quinta-feira (17) em Varsóvia, na Polônia. A medida é mais uma iniciativa do governo para ajustar suas contas, ajudando a cobrir o déficit de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016 e no encaminhamento para que a meta de superávit primário de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) seja alcançada.

“Vocês conhecem minha posição. Eu vou apenas ouvir um pouco o PMDB [partido do qual é presidente nacional], ouvir a posição do Congresso e conversar com a presidente naturalmente”, disse Temer quando perguntado por jornalistas. Para ele, é importante haver “boa vontade” para a aprovação do pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo no início da semana. “O que eu quero é ajudar o Brasil”, complementou. Sobre a necessidade de negociar a aprovação das medidas, Temer afirmou que, quando voltar ao país, terá uma melhor definição das propostas. O vice-presidente está em Varsóvia em visita oficial e embarca de volta para o Brasil ainda nesta quinta.

Ao final de agosto, enquanto participava de um evento em São Paulo, o peemedebista foi claro em manifestar sua oposição à volta do imposto. “O que a sociedade não aplaude é o retorno repentino de um tributo, como ocorreu com a CPMF”, disse. A manutenção da posição do vice presidente vai de encontro com o que disseram ministros que o acompanhavam em Moscou logo após uma conversa telefônica dele com Dilma sobre o pacote de medidas pelo ajuste fiscal. Segundo relatos dos ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Edinho Araújo (Portos), Temer teria ouvido os argumentos dados e aceitado as alegações da presidente. “Ele concordou com a argumentação que ela fez, com as motivações que apresentou. Ao chegar ao Brasil, ele vai trabalhar para ajudar nessa relação com o Poder Legislativo”, disse Alves ao Estadão.

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As medidas propostas para o ajuste de R$ 64,9 bilhões no Orçamento de 2016 dependem, em sua maioria, de aprovação do Congresso Nacional. Entre as medidas para elevar a arrecadação e ajudar a fazer superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) em 2016, o governo anunciou um corte adicional no valor de R$ 26 bilhões no Orçamento do próximo ano.

Em seu último dia de viagem, Temer reuniu-se com o presidente polonês, Andrzej Duda, com a primeira-ministra, Ewa Kopacz e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Grzegorz Schetyna. O vice-presidente também participou da abertura do Foro Empresarial Brasil-Polônia. Temer e ministros iniciaram a viagem oficial à Rússia e à Polônia na segunda-feira (14) e cumpriram agenda política e empresarial.

(com Agência Brasil)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.